Foto: The New York Times
Thursday, 11 de September de 2025 - 14:16:20
Exposição à poeira tóxica do colapso das torres segue causando doenças em sobreviventes e socorristas mais de 20 anos após os ataques
CÂNCERES RELACIONADOS AO 11 DE SETEMBRO ATINGEM QUASE 50 MIL PESSOAS

Mais de duas décadas após os atentados de 11 de setembro, milhares de pessoas ainda sofrem consequências da exposição à nuvem tóxica formada com o desabamento das Torres Gêmeas. Segundo o World Trade Center Health Program, já são 48,5 mil diagnósticos de câncer relacionados à tragédia, envolvendo tanto sobreviventes civis quanto bombeiros, policiais e voluntários que atuaram no resgate.

A poeira continha cimento, asbestos, fumaça e combustíveis queimados, uma mistura inédita de agentes cancerígenos. De acordo com especialistas, essa exposição comprometeu os mecanismos de defesa do organismo, favorecendo mutações celulares que, anos depois, resultaram em tumores.

Entre os tipos mais comuns estão:

  • Câncer de pele não melanoma (15,5 mil casos)

  • Próstata (10,9 mil)

  • Mama feminina (4 mil)

  • Melanoma de pele (3,2 mil)

  • Linfoma (2,1 mil)

  • Tireoide (2,1 mil)

  • Pulmão e brônquios (1,6 mil)

Pesquisas indicam que socorristas tiveram riscos bem maiores do que a população em geral — com até 81% mais casos de câncer de tireoide e 41% mais leucemia do que moradores não expostos. Também foram observados tumores raros, como mesotelioma e cânceres de tecidos moles.

Além dos cânceres, 41 mil pessoas sofrem de rinossinusite crônica, 38 mil de refluxo gastroesofágico, 22,5 mil de asma e 17 mil de transtorno de estresse pós-traumático.

O programa de saúde que atende as vítimas, criado em 2011 pelo James Zadroga 9/11 Health and Compensation Act, tem financiamento garantido até 2090. Ele oferece tratamento, acompanhamento e pesquisas para monitorar os efeitos de longo prazo.

“Há mais vítimas do 11 de setembro depois do 11 de setembro do que no próprio dia”, resume o oncologista Stephen Stefani, destacando que o episódio se transformou também em uma tragédia silenciosa e duradoura.

Texto/Fonte: G1