Por 6 votos a 5, o senador Fabiano Contarato (PT-ES) foi escolhido nesta terça-feira (4) para presidir a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado. O senador Alessandro Vieira (MDB-SE), autor do pedido de criação, assumirá a relatoria. Já o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) foi eleito vice-presidente por aclamação.
A instalação da CPI ocorre em meio à repercussão da recente operação das forças de segurança do Rio de Janeiro contra o Comando Vermelho (CV), que resultou em 121 mortes. O tema elevou a pressão sobre o Congresso e intensificou a disputa entre governo e oposição pelo protagonismo nas pautas de segurança pública.
Durante o discurso de posse, Contarato defendeu o fortalecimento das ações de combate ao crime organizado e criticou tanto a violência desmedida quanto a omissão do Estado.
“Não apoio a barbárie, nem ações desumanas, mas também não podemos romantizar a vida de quem é submetido às leis do crime. O combate precisa ser contínuo e progressivo”, afirmou o petista, destacando a necessidade de políticas sociais e geração de empregos.
Após sua eleição, o presidente da CPI prestou homenagem aos policiais mortos na operação no Rio, com um minuto de silêncio proposto por Flávio Bolsonaro (PL-RJ).
A comissão, que terá duração inicial de 120 dias, investigará a atuação de facções criminosas como o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC), além das milícias. Também pretende apurar fontes de financiamento, lavagem de dinheiro, controle territorial e possíveis infiltrações no poder público. Ao fim dos trabalhos, os senadores deverão propor medidas legislativas para reforçar o combate ao crime organizado.
A CPI conta com 11 titulares e sete suplentes, reunindo nomes de destaque tanto da base governista quanto da oposição. Entre eles estão Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Marcos do Val (Podemos-ES), Otto Alencar (PSD-BA), Rogério Carvalho (PT-SE) e Jorge Kajuru (PSB-GO).