Foto: Polícia Civil-MT
Tuesday, 14 de October de 2025 - 16:40:25
Facção movimentava milhões com rede estruturada em mais de 20 cidades, segundo a Polícia Civil
OPERAÇÃO RASPADINHA DO CRIME DESMANTELA ESQUEMA DE JOGOS ILEGAIS EM MATO GROSSO

A Polícia Civil de Mato Grosso deflagrou, nesta terça-feira (14.10), a Operação Raspadinha do Crime, que cumpre 111 ordens judiciais contra um esquema milionário de exploração ilícita de jogos de azar usado para financiar uma facção criminosa atuante dentro e fora dos presídios.

A ação, coordenada pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) e pela Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco), conta com apoio da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO), da Coordenadoria de Enfrentamento ao Crime Organizado (Cecor) e da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (Core).

Ao todo, são cumpridos 21 mandados de prisão preventiva, 54 de busca e apreensão, 11 ordens de bloqueio judicial e 25 quebras de sigilo bancário e telemático, além do sequestro de valores que ultrapassam R$ 1,1 milhão. As ordens foram expedidas pelo juiz Anderson Clayton Dias Batista, da 5ª Vara Criminal de Sinop. Também foi determinada a apreensão e o descarte de centenas de raspadinhas e materiais publicitários usados no esquema.

Os mandados são executados em mais de 30 municípios, incluindo Cuiabá, Várzea Grande, Sinop, Rondonópolis, Tangará da Serra, Sorriso, Alta Floresta, Lucas do Rio Verde e Pontes e Lacerda.

Estrutura criminosa

As investigações começaram a partir de uma operação anterior, deflagrada em maio deste ano, que revelou uma organização sofisticada por trás de um falso negócio de raspadinhas instantâneas. Em apenas seis meses, a facção teria movimentado mais de R$ 3 milhões.

O grupo mantinha uma estrutura com características empresariais, hierarquia e funções definidas. O núcleo estratégico, sediado na Capital, coordenava as ações financeiras; o núcleo financeiro administrava contas de fachada e distribuía recursos; e o núcleo operacional, espalhado pelo interior, vendia os bilhetes, recolhia valores e mantinha a contabilidade, tudo para mascarar a origem ilícita do dinheiro.

De acordo com o delegado Antenor Pimentel, responsável pela investigação, o objetivo da operação é atingir diretamente o braço econômico da facção.

“A ação desmontou uma rede que unia tecnologia, manipulação social e engenharia financeira. Nosso foco agora é recuperar os valores desviados e identificar possíveis ramificações fora do estado”, afirmou.

A Operação Raspadinha do Crime integra o planejamento estratégico da Operação Inter Partes, dentro do programa Tolerância Zero, do Governo de Mato Grosso, que reforça o combate às facções criminosas em todo o estado. A ação também faz parte das atividades da Rede Nacional de Unidades Especializadas de Enfrentamento das Organizações Criminosas (Renorcrim).

Texto/Fonte: Secom MT