Com a falta de medicamentos para tratar a Covid-19 nas drogarias da capital, a corrida para a farmácias de manipulação duplicaram nas últimas semanas. Esses empreendimentos começaram a produzir a Hidroxicloroquina (Cloroquina) e Ivermectina  para atender a demandas de pacientes que buscam os medicamentos. 

A farmacêutica e bioquímica, Virginia Gonçalves, pontuou que teve que reforçar o quadro de funcionários para conseguir atender a quantidade impressionante de pedidos. “Está um desespero, os lotes dos medicamentos já acabaram por várias vezes. A gente está correndo atrás, mas a procura está muito grande para os principais medicamentos do tratamento de Covid. Nas duas últimas semanas, a demanda foi muito grande, a gente teve que começar a fazer contratações”, disparou.  

Segundo o farmacêutico Hamilton Trindade, com o aumento nos diagnósticos positivos da doença, muitos pacientes tem procurado pelos remédios por conta própria. “Nós estamos tendo uma procura muito alta através dos testes que começaram a acontecer. Muitas vezes a pessoa recebe o resultado positivo e tem sintomas leves, o que pode ser tratado com um analgésico para melhorar a respiração. Mas aí muitos começam a ouvir ‘compra isso, compra aquilo’ e acabam levando da farmácia tudo o que tem. Estamos muitos atentos a isso porque é muito arriscado fazer o uso de alguns medicamentos sem a prescrição médica”, comentou. 

O comportamento tem provocado o esgotamento nos estoques das farmácias convencionais e prejudicado pacientes que precisam dos medicamentos para tratar outras doenças.  O servidor Público , Odinilson Bordon, afirma que a situação tem afetado a irmã que é portadora de artrite reumatoide. 

“A gente vê ai o egoísmo do ser humano. Acabou esgotando nas prateleiras os remédios que minha irmã precisa. Com isso, eu tenho que pedir de São Paulo e acabo tendo que gastar com Sedex para poder chegar aqui. E aqueles que não tem condições?”, lamentou. 

Diante disso, Trindade aponta que a população precisa ter consciência na hora de fazer as aquisições. “Um asmático, por exemplo, precisa de um medicamento, começa procurar e não encontra porque todo mundo comprou. Esse paciente vai começar a sentir falta de ar e vai ter que ir para o hospital, onde está sendo tratando pessoas com outras patologias. As pessoas devem ter consciência, conforme a orientação médica”, concluiu. 

Neste domingo, a Secretaria Estadual de Saúde registrou  28.791 casos confirmados da Covid-19 em Mato Grosso e um total de 1.077 óbitos em decorrência do coronavírus no Estado.

KIT COVID 

Neste semana, o governo estadual anunciou que adquiriu grande quantidade de lotes dos medicamentos que compõem o chamado “kit-covid” para distribuir aos 141 municípios de Mato Grosso e, assim, permitir o tratamento precoce dos pacientes com coronavírus. 

De acordo com ele, disponibilizar os remédios para o tratamento inicial já na atenção básica é uma estratégia que tem dado resultados, pois se o paciente recebe a prescrição médica e consegue o medicamento já na UPA ou policlínica, pode iniciar de imediato o tratamento, reduzindo as chances de a doença de agravar. 
 

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