O Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) denunciou, na quarta-feira (14), os proprietários das Fazendas Santo Antonio II e 4 Irmãos, situadas em Poconé, a 104 km de Cuiabá, por crimes ambientais graves. Entre as acusações, estão a destruição de vegetação nativa do Cerrado em Área de Preservação Permanente, extração ilegal de minerais e desmatamento sem autorização legal.
De acordo com o MPMT, as atividades ilegais nas duas propriedades resultaram em danos ambientais avaliados em aproximadamente R$ 27 milhões, considerando a perda de recursos e serviços ambientais essenciais. Além disso, os fazendeiros são acusados de usar máquinas pesadas para alterar e bloquear cursos de água, o que impediu a recuperação natural da vegetação, sem qualquer autorização das autoridades.
A denúncia é fruto de uma operação realizada entre 9 e 11 de julho, que contou com a participação do projeto Água para o Futuro e do Batalhão da Polícia Militar de Proteção Ambiental. Durante a operação, foram identificadas 16 áreas onde nascentes haviam sido degradadas. Também foram apreendidos uma escavadeira hidráulica, dois motores estacionários, utensílios usados na extração de metais e 21 gramas de ouro.
Os documentos emitidos durante a ação incluem embargos e autos de inspeção, e foram registrados dois boletins de ocorrência. As denúncias, já aceitas pela juíza Kátia Rodrigues Oliveira, foram formalizadas pelo promotor de Justiça Adalberto Ferreira de Souza Júnior e pelo coordenador do Grupo de Atuação Especial contra o Desmatamento Ilegal, Gerson Barbosa.
Até o momento, a defesa dos proprietários não se manifestou sobre as acusações.