Na busca por uma alimentação mais saudável, a escolha do pão ideal pode gerar dúvidas. Afinal, entre o pão de fermentação natural, os industrializados e os integrais, qual opção traz mais benefícios para o corpo? Especialistas explicam os efeitos de cada tipo de pão sobre a saúde e o que observar ao comprar.
O pão feito com fermentação natural tem se tornado popular por seu sabor e também pelos benefícios à saúde. Preparado com farinha, água, sal e fermento vivo (composto por leveduras e bactérias), ele passa por um processo lento, que pode durar até 36 horas, o que melhora o sabor e facilita a digestão. A fermentação reduz açúcares complexos e aumenta a absorção de nutrientes. Também ajuda no controle da glicemia e alimenta a microbiota intestinal.
Por outro lado, os pães industriais, produzidos com o método Chorleywood desde os anos 1950, usam fermentação rápida com adição de emulsificantes, oxidantes e até aditivos controversos como o bromato de potássio (banido em alguns países por possível efeito cancerígeno). Apesar da praticidade e baixo custo, esses produtos costumam ser ultraprocessados e nutricionalmente inferiores.
A maioria dos pães industrializados contém ingredientes que não estão presentes em cozinhas caseiras e que servem para acelerar a produção, melhorar a textura e ampliar a validade. A recomendação de nutricionistas é evitar produtos com listas extensas de ingredientes e priorizar aqueles com composição simples.
Os pães integrais, por sua vez, mantêm todas as partes do grão do trigo: o gérmen, o pericarpo e o endosperma. Isso garante maior teor de fibras, antioxidantes, proteínas, minerais e vitaminas como E, folato e magnésio. Eles ajudam a controlar o apetite, melhoram a digestão e reduzem o risco de doenças cardiovasculares, câncer e obesidade.
Contudo, é importante estar atento: alguns pães escuros ou com sementes, vendidos como “mais saudáveis”, podem ser feitos com farinha refinada e corantes. A orientação é conferir os ingredientes e buscar produtos que realmente contenham farinha integral.
Novas pesquisas tentam desenvolver pães brancos com o valor nutricional dos integrais, enriquecendo as receitas com grãos como teff, sorgo, quinoa, grão-de-bico e ervilhas. A expectativa é que esses pães mais nutritivos, mas com aparência e sabor tradicionais, cheguem ao mercado nos próximos anos.
Na prática, a escolha do pão depende do equilíbrio entre saúde, gosto, preço e conveniência. Nem todos têm tempo para preparar seu próprio pão de fermentação natural ou acesso a versões artesanais. Por isso, entender os rótulos e buscar opções com menos aditivos e mais fibras já é um passo importante para melhorar a alimentação do dia a dia.