Patrícia Cosmo, filha de Maria Zélia da Silva Cosmo — assassinada de forma brutal pelo sobrinho Lumar Costa da Silva em julho de 2019, em Sorriso (MT) —, afirmou estar vivendo dias de "medo e pânico" após a Justiça autorizar a saída do autor do crime do Centro de Atenção Psicossocial Adauto Botelho, em Cuiabá. O acusado foi considerado apto para seguir tratamento ambulatorial em Campinas (SP), onde está morando com o pai, nomeado seu curador.

“Estou sem dormir há dois dias, pareço um zumbi. Preciso trabalhar, sustentar minha família, cuidar dos meus filhos. Mas estou sem direção, sem rumo”, desabafou Patrícia ao Só Notícias. Ela criticou a decisão da 2ª Vara Criminal de Cuiabá e relembrou a violência do crime: “Ele abriu minha mãe, arrancou o coração dela, ameaçou minha filha, disse que era apaixonado por ela. Agora, com nem seis anos, está solto”.

Segundo Patrícia, a ameaça de Lumar ao ser preso nunca saiu de sua mente. “Ele olhou na minha cara e disse: ‘Eu volto, eu vou conseguir sair, eu vou arrancar o coração de todos vocês’”.

Ela afirmou ainda que suas filhas, de 14 e 24 anos, estão abaladas com a notícia da desinternação e vivem com medo. “Elas precisam estar atentas. Um assassino está solto”, disse, alertando para os riscos à família.

O advogado de Lumar confirmou que ele está em Campinas com o pai. Patrícia revelou que não tem mais contato com o tio, que, segundo ela, minimiza o crime: “Ele acha que eu queria ver o filho dele apodrecer na cadeia. Para mim, quem apoia o que ele fez é pior do que ele”.

Lumar foi preso logo após o crime e alegou ter ouvido vozes sob efeito de drogas. Em 2024, um laudo do hospital psiquiátrico atestou que ele estava apto para alta hospitalar e deveria seguir em acompanhamento ambulatorial.