Quatro filhotes de anta resgatados em diferentes regiões de Mato Grosso estão recebendo cuidados veterinários intensivos em Cuiabá. Os animais, todos em situação de vulnerabilidade, foram encaminhados por equipes da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) a clínicas parceiras e ao Hospital Veterinário da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).

Um dos casos mais recentes é o de Pequizinha, uma filhote que foi resgatada em uma área rural de Ribeirão Cascalheira com ferimentos na pele, possivelmente causados por ataques de cães. Após atendimento inicial em Barra do Garças, ela foi transferida para a capital no fim da semana passada, onde continua em tratamento especializado.

Outro resgate foi registrado em Campo Verde, no dia 2 de abril. Uma recém-nascida, encontrada com grave ferimento no umbigo por um trabalhador rural, foi levada ao Corpo de Bombeiros e, em seguida, transportada pela Sema até o Hospital Veterinário da UFMT. O estado de saúde da filhote ainda inspira cuidados.

Em março, um trabalhador rural socorreu um filhote de aproximadamente dois meses após a morte da mãe, atropelada na rodovia MT-229. Batizado de Toledo, o animal foi encaminhado para uma Área de Soltura cadastrada em Jangada, onde recebe acompanhamento nutricional.

Já em Nortelândia, um filhote com menos de um mês de vida foi encontrado por uma moradora em uma fazenda e entregue à Polícia Militar de Proteção Ambiental. Waldinho, como foi apelidado, chegou ao Hospital Veterinário da UFMT com quadro delicado e foi diagnosticado com artrite séptica e flegmão — uma inflamação infecciosa. Ele permanece internado desde fevereiro.

A bióloga Rebeca Marcos, da Coordenadoria de Fauna e Recursos Pesqueiros da Sema, destaca a importância da espécie: “A anta é o maior mamífero terrestre do Brasil e está na lista de animais vulneráveis. Com hábitos solitários e dieta baseada em frutos, ela contribui para a dispersão de sementes e a manutenção dos ecossistemas”.

Os resgates reforçam o papel das instituições ambientais e da população na proteção da fauna silvestre, especialmente em áreas de risco e proximidade com atividades humanas.