As plantas de abates de bois e pecuaristas de Mato Grosso registraram resultados positivos no mês de abril. Os abates, em algumas regiões do estado, ajudaram a indústria a aumentar em 5,20 pontos percentuais (p.p) a utilização da sua estrutura. Para este mês de maio, a previsão é que a oferta de bovinos cresça para as indústrias, mas com o preço da arroba ainda em alta, sustentada pelas exportações.

Conforme o Instituto Mato-grossense de Pesquisa Agropecuária (Imea), as atividades frigoríficas registraram um melhor desempenho no mês de abril. A quantidade de bovinos abatidos no estado teve alta de 2,68% e a utilização total das indústrias também apresentou acréscimo.

“Para se ter ideia, o aproveitamento da estrutura ficou em 44,79%, um avanço de 5,20 pontos percentuais (p.p.) ante a março deste ano, quando o indicador era de 39,60%. Com exceção das regiões noroeste e norte, que apresentaram recuo de suas capacidades em -10,70 p.p. e -0,50 p.p., respectivamente, todas as demais regiões demonstraram acréscimos no mesmo período”, aponta o instituto mato-grossense.

As altas mais significativas foram na médio-norte (17,00 p.p.), centro-sul (12,20 p.p.) e sudeste (6,70 p.p.). “Vale ressaltar que foi observado um aumento nos indicadores de utilização real e em operação, os quais resultaram nas variações de +8,53 p.p. e + 0,95 p.p., respectivamente, demonstrando uma melhora do desempenho dos frigoríficos do estado”, destacam os analistas do Imea.

PRODUTOR FATURA

Já para o produtor mato-grossense, a valorização da arroba do boi, em abril, aproximou os preços de Mato Grosso com a praça de São Paulo, geralmente mais cara. Em números, a arroba do boi mato-grossense foi comercializada por R$ 300,55, em média. Já em São Paulo, o preço da arroba bateu R$ 316,78 (livre de Funrural).

Apesar da proximidade da seca no estado, a previsão é de aumento da oferta de gado para as indústrias. “Para maio, o final de safra poderá melhorar a oferta de gado pontualmente, já que a seca se aproxima, no entanto, o mercado externo pode continuar dando sustento às cotações”, afirma o Imea.

Segundo os analistas do Imea, o encurtamento do diferencial nos preços entre MT e SP registrado em abril deste ano (-5,12%) é considerado um recorde. Comparado com todos os meses de abril dos anos anteriores, o indicador para 2021 se destoou dos demais, uma vez que o menor número observado até o momento foi em abril de 2018 (- 8,55%).

“Todo esse cenário foi pautado pela valorização mais intensa da arroba mato-grossense (3,08%) ante a paulista (2,21%) no comparativo mensal. Isso porque, apesar do menor volume de negociações em ambas as praças devido ao recuo no consumo doméstico, as exportações elevadas alavancaram este cenário”, justificou o instituto.