Se você mora em Cuiabá ou nas cidades vizinha, já deve ter percebido como a cidade está encoberta pela fumaça, deixando para trás o céu que um dia já foi limpo e azul, dando a vez para uma cor cinzenta e sem graça. 

Em agosto, com a chegada de frentes frias, alguns episódios de chuva foram registrados, o que amenizou por um pequeno período essa situação caótica que presenciamos em época de estiagem.  

Embora amenizado, a chuva não foi o suficiente, isso porque desde quarta-feira (7) a capital mato-grossense voltou a ficar encoberta em consequência dos incêndios florestais, na região do Coxipó do Ouro, nas proximidades da Rodovia Emanuel Pinheiro (MT-251). De acordo com o Instituto Climatempo, uma boa parte dela também está sendo gerada por queimadas em outros estados como o Amazonas e o Acre.

Em Mato Grosso, não existe uma estação que mede a qualidade do ar. A Secretaria de Meio Ambiente (SEMA-MT) disponibilizava no site relatórios que eram obtidos pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), mas desde abril de 2022 o órgão encerrou as divulgações por questões operacionais e não tem previsão para quando deve ser retornado.

Segundo o professor de geografia e meteorologista, Rodrigo Marques, esse sistema que era disponibilizado antes da suspensão, estimava alguns poluentes do ar a uma altitude de 25 a 70 metros, mas que em superfície a concentração pode ser muito maior.

“No tempo seco para ajudar é comum a ocorrência de inversão térmica que é aquela camada de ar mais frio que fica próximo da superfície, ela funciona como uma tampa e ela não deixa a fumaça se dispersar. É como se fosse uma tampa sobre a cidade e eu vou soltando fumaça nela, e isso faz com que nós tenhamos essa imagem do céu cinza, porque tem muita poluição, muita fumaça no ar espalhada e as condições meteorológicas de agora são as piores possíveis”, esclarece Marques.

As condições climáticas atual são de extrema preocupação para o meio ambiente e para o organismo humano. De acordo com a médica pneumologista, Mariane Shimazaki Foss, a fumaça proveniente das queimadas contém elementos tóxicos que são nocivos à saúde e pode levar a quadros graves.

​“A inalação dessa fumaça pode causar doenças, principalmente respiratórias. Além de agravar quadros preexistentes, como rinites, asma e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), aumenta a propensão à resfriados, amigdalites, sinusites. Causando uma piora da qualidade de vida de forma geral na população”, explica a médica.

Para mudar essa realidade durante a época de seca evite queimadas e cuide da saúde se mantendo bem hidratado.