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Sexta, 25 de setembro de 2020 - 13:59:50
Gaeco prende secretário adjunto de MT ao receber propina de R$ 20 milv
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Dinheiro teria sido repassado de empresa favorecida em processo licitatório

Após receber denúncias sobre possível crime de corrupção de agente público estadual, o Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco/MT) realizou diligências de monitoramento e prendeu em flagrante delito, na noite desta quinta-feira (24), o secretário Adjunto Sistêmico da Casa Civil, Wanderson de Jesus Nogueira.

No momento da prisão, o servidor público estava com R$ 20 mil. Há indícios de que o dinheiro tenha sido repassado por representante de empresa que supostamente foi favorecida em processo licitatório. A transação teria ocorrido dentro da Casa Civil, horas antes da prisão.

O agente público foi autuado em flagrante por crime de corrupção passiva e será encaminhado para audiência de custódia.

Empresa de gelo
 

Ao ser questionado sobre o dinheiro, Wanderson disse que recebeu da venda de uma empresa chamado Gelo Mais Indústria e Comércio de Gelo. E que Thiago estaria comprando a empresa e, por isso, lhe entregou o dinheiro na Casa Civil.

 

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O ex-secretário adjunto Wanderson Nogueira, preso em flagrante

O Gaeco checou as informações da Gelo Mais, que não estão em nome de Wanderson, e sim de Manoella Arruda Moura de Araújo, sendo que Wanderson foi sócio da empresa até 2016. Os agentes foram até o local onde seria a sede da empresa, no bairro Santa Cruz, onde havia apenas uma construção inacabada.

 

Em seguida, uma equipe policial foi até o endereço de Thiago Eugênio, no Coxipó, mas ele não residia mais no local. Às 20h43, um policial ligou para o celular do empresário, mas assim que ele se identificou como policial do Gaeco, a ligação caiu.

 

Segundos depois, Thiago retornou a ligação e negou que fez o pagamento a Wanderson. Ele disse que não conhecia nenhum Wanderson. Os policiais o convidaram a comparecer à sede do Gaeco, mas ele não foi e mandou um advogado.

 

R$ 3,4 milhões recebidos

 

A equipe do Gaeco consultou os pagamentos realizados pelo Governo à empresa TMF Construções neste ano. Segundo o Fiplan, foram recebidos R$ 3.414,467,47 – tendo ainda outros empenhos sem liquidação.

 

Foi verificado, também, que o ex-secretário Wanderson assinou alguns atos de contratação da empresa TMF pela Casa Civil. E que foi ele, também, quem desclassificou e revogou um pregão eletrônico vencido pela empresa DSS, que prestaria o mesmo serviço. Ele alegou que a empresa não cumpriu os termos do edital.

 

Em seguida, em 2 de julho passado, a TMF Construções foi contratada por R$ 1 milhão para executar serviços de manutenção predial preventiva e corretiva, fornecendo peças e equipamentos materiais e mão de obra.

 

Segundo o Gaeco, diante das informações desencontradas prestadas por Wanderson Nogueira, foi lavrada o auto de prisão em flagrante.

 

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