Os irmãos teuto-israelenses Gali e Ziv Berman, de 28 anos, voltaram a se encontrar depois de mais de dois anos em cativeiro do Hamas. Eles estão entre os 20 últimos reféns israelenses vivos libertados pelo grupo palestino, conforme os termos do acordo de paz entre Israel e o Hamas, assinado na semana passada e ratificado nesta segunda-feira (13) por Donald Trump e outros líderes mundiais.
O Exército de Israel divulgou imagens que registram o momento do reencontro dos gêmeos, separados desde o sequestro ocorrido durante o ataque terrorista de 7 de outubro de 2023. Na ocasião, combatentes do Hamas invadiram cidades israelenses na fronteira, matando mais de 1.200 pessoas e sequestrando outras 251. Gali e Ziv foram levados para locais distintos e mantidos sob condições desconhecidas durante 738 dias.
A libertação dos reféns coincide com a assinatura oficial do acordo de paz no resort egípcio de Sharm el-Sheikh. A cerimônia reuniu mais de uma dezena de líderes globais, incluindo Trump, o presidente francês Emmanuel Macron, o primeiro-ministro britânico Keir Starmer, o secretário-geral da ONU António Guterres e o presidente do Conselho Europeu António Costa. O evento contou ainda com discursos do presidente egípcio Abdel-Fattah al-Sisi e de Trump, que liderou o plano de pacificação.
O chanceler federal alemão, Friedrich Merz, classificou a libertação dos reféns como “o início da cura e um passo no caminho para a paz no Oriente Médio”. Em mensagem publicada no X, Merz escreveu: “Após 738 dias, os reféns retornam – incluindo os alemães. Dois anos de medo e esperança ficaram para trás. Hoje, as famílias podem finalmente abraçar seus entes queridos.” Ele acrescentou que “os reféns assassinados também devem retornar para casa, para que suas famílias possam se despedir com dignidade”.
Além dos reféns vivos, o Hamas comprometeu-se a devolver os corpos de outros 28 israelenses mortos em cativeiro, embora apenas quatro tenham sido entregues até o momento. As autoridades israelenses afirmaram que ainda não há previsão para a devolução dos demais corpos.
Berlim anunciou que apoiará a implementação do plano de paz liderado pelos Estados Unidos e participará dos esforços internacionais para a reconstrução da Faixa de Gaza. O presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, também celebrou a libertação, destacando que “após mais de dois anos em cativeiro brutal, mais reféns estão finalmente retornando a Israel”. O ministro das Relações Exteriores, Johann Wadephul, declarou à rádio Deutschlandfunk que o momento representa “alegria e apreensão”, já que parte dos sequestrados “retorna apenas como corpos”.
Com o cessar-fogo em vigor há três dias, o acordo mediado por Trump, Al-Sisi, Recep Tayyip Erdoğan e o emir do Catar, Tamim bin Hamad Al Thani, busca consolidar uma nova etapa diplomática no Oriente Médio — uma que, segundo Merz, pode finalmente abrir espaço para “um futuro sem reféns e sem guerra”.