Foto: Hélio Marinho
Thursday, 17 de April de 2025 - 15:48:34
Governo quer aproveitar espaço deixado pelos EUA e ampliar venda de carne para a China
BRASIL DE OLHO NO MERCADO INTERNACIONAL

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou nesta quinta-feira (17) que o Brasil vai se colocar à disposição da China para substituir os frigoríficos dos Estados Unidos na venda de carne bovina.

A chance surgiu depois que o governo chinês, em meio à guerra tarifária com os EUA, desabilitou quase 400 frigoríficos americanos de vender carne para o país asiático.
"Há poucos dias, nas carnes bovinas, o governo chinês deixou de habilitar 395 plantas. Alguém vai precisar fornecer essa carne, que era fornecida pelos norte-americanos. O Brasil se apresenta, com muita vontade e capacidade, e tenho certeza que vamos saber ocupar esse espaço e ser um grande fornecedor", declarou o ministro à imprensa.

Segundo Fávaro, o esforço do Brasil não está limitado à China. O país também busca abrir mais espaço no mercado japonês, com base em um acordo firmado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante visita ao Japão, em março.

"Por óbvio, queremos ampliação com a China. Acho que, diante da não reabilitação de quase 400 plantas nos EUA, eles vão precisar se decidir, e vamos nos apresentar", completou.

Na próxima terça-feira (22), representantes da alfândega chinesa devem se reunir com o governo brasileiro. O objetivo é tratar da ampliação das trocas comerciais entre os dois países e discutir a criação de protocolos em conjunto.

Essas conversas técnicas podem abrir caminho para negociações entre os presidentes Lula e Xi Jinping, que devem se encontrar em maio, durante viagem oficial do presidente brasileiro à China. A ampliação do comércio bilateral será uma das pautas principais da agenda.

Ao ser questionado se o Brasil teria capacidade de substituir totalmente os Estados Unidos nesse mercado, Fávaro disse que essa não é a intenção.
"No entanto, sem sombra de dúvida, o Brasil é um dos pouquíssimos países do mundo capaz de expandir a área produtiva em dezenas de milhões de hectares", afirmou.

Para o ministro, o país tem potencial para se consolidar como uma fonte segura de alimentos para o mundo.
"Certamente, gradativamente, o Brasil será a segurança alimentar. Não só para a China, mas para todos os países do mundo", concluiu.

Texto/Fonte: G1