O governo de Donald Trump anunciou a proibição de matrícula e permanência de estudantes estrangeiros na Universidade Harvard, que passa a valer no ano letivo de 2025-2026. A medida determina que todos os alunos estrangeiros, inclusive os já matriculados, sejam transferidos para outras instituições, devido ao cancelamento da certificação necessária para que Harvard possa aceitar estudantes com vistos F e J.

A decisão é vista como retaliação à resistência da universidade em cumprir normas impostas pela administração Trump, que inclui a exigência de eliminar políticas de igualdade. O Departamento de Segurança Interna acusou Harvard de “conduta pró-terrorismo” e afirmou que o direito de admitir estudantes estrangeiros é um privilégio concedido pelo governo, passível de revogação.

A secretária de Segurança Interna, Kristin Noem, acusou ainda a universidade de fomentar violência, antissemitismo e colaborar com o Partido Comunista Chinês, enquanto Harvard classificou a ação como ilegal e reafirmou seu compromisso com a diversidade de estudantes e professores de mais de 140 países.

Essa medida intensifica um conflito que já resultou no congelamento de mais de US$ 2,2 bilhões em verbas federais destinadas à universidade, que desde o início da gestão Trump vem resistindo às pressões para alinhar-se politicamente ao governo. Harvard recorreu à Justiça para contestar as ações da administração, argumentando que nenhuma autoridade governamental deve interferir nas decisões acadêmicas privadas sobre ensino, admissão e pesquisa.

A proibição representa um grande desafio para Harvard, que depende dos fundos federais para manter sua estrutura de pesquisa científica e médica, e levanta preocupações sobre o futuro das universidades americanas diante da crescente intervenção política.