A carne suína perdeu competitividade no mercado doméstico em junho de 2025 em relação à carne de frango, segundo análise do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/USP). O cenário é resultado da combinação entre a queda nas cotações do frango e as dificuldades enfrentadas pela suinocultura para manter os preços em alta.
De acordo com o Cepea, os preços da carne de frango caíram fortemente no mês, puxados pela elevada oferta no mercado interno. O excesso se deu após restrições às exportações brasileiras impostas por parceiros comerciais, em função dos surtos de gripe aviária.
Em contraste, embora a carcaça especial suína tenha mostrado alguma recuperação entre os dias 18 e 26 de junho, com variação positiva de até 3,58%, o avanço foi insuficiente para compensar as quedas registradas desde a segunda quinzena de maio. O suíno vivo também teve alta de 3,93% em São Paulo, cotado a R$ 8,73/kg, enquanto a carcaça atingiu média de R$ 12,70/kg.
Já o frango, principal concorrente da carne suína, tem ganhado espaço no consumo interno, com preços mais acessíveis – cotado a R$ 5,37/kg em fevereiro, e mantendo queda significativa nas semanas seguintes.
No caso da carne bovina, os valores seguem estáveis, sustentados pela menor oferta de animais para abate. A procura por lotes de confinamento elevou os preços no mercado atacadista, mesmo com a lentidão nas vendas típica deste período do mês.
Apesar dos efeitos da gripe aviária, o Cepea reforça que a doença não é transmitida pelo consumo de carne de frango, conforme alertas das autoridades sanitárias.