Um levantamento exclusivo do g1 revelou os dez medicamentos genéricos mais vendidos no Brasil, refletindo os principais problemas de saúde enfrentados pela população — com destaque para a hipertensão e o uso não indicado de remédios para disfunção erétil.

Segundo especialistas, o alto consumo de medicamentos para controle da pressão arterial se justifica pelo número elevado de brasileiros hipertensos: cerca de 30% da população, número que dobra entre os idosos. A hipertensão, considerada uma “epidemia silenciosa”, é influenciada por alimentação ruim, sedentarismo e obesidade. Seus riscos incluem infarto, AVC, aneurisma e até falência renal.

Entre os genéricos mais vendidos estão losartana e enalapril, dois remédios amplamente utilizados no controle da pressão arterial. Todos os medicamentos citados para hipertensão na lista podem ser obtidos gratuitamente por meio do programa Farmácia Popular.

Outro destaque da lista é a presença de tadalafila (5ª) e sildenafila (10ª), usadas para tratar disfunção erétil, mas cada vez mais consumidas por jovens sem indicação médica, em busca de aumento da performance sexual. Médicos alertam que o uso recreativo pode causar dependência psicológica e riscos sérios à saúde, especialmente em homens com doenças cardiovasculares.

Outros genéricos da lista incluem:

• Dipirona, analgésico considerado seguro, mas banido em alguns países;

• Nimesulida, anti-inflamatório proibido em várias nações devido ao risco renal;

• Simeticona, anti-gases ligado à má alimentação;

• Sinvastatina, usada para controlar o colesterol alto, também agravado por maus hábitos alimentares.

A presença desses medicamentos reforça a urgência de políticas públicas voltadas à prevenção por meio de hábitos saudáveis. Segundo o cardiologista Henrique Trombini, a maioria das condições tratadas poderia ser evitada com alimentação equilibrada e prática regular de exercícios.

A Associação dos Laboratórios Farmacêuticos Nacionais (Alanac) destacou a eficácia e segurança dos genéricos, ressaltando que são fiscalizados pela Anvisa e apresentam o mesmo efeito dos medicamentos de referência, a um custo mais acessível.