Fernando Henrique Dardis, que usava diploma falso para atuar como médico, é acusado pela morte de uma paciente e agora também responde por falsificar a própria certidão de óbito para fugir do julgamento. Ele é réu pela morte de dona Helena Rodrigues, que faleceu após receber alta mesmo apresentando sintomas cardíacos. Segundo o Ministério Público, o falso médico não teve competência para identificar o infarto e liberou a paciente com medicação inadequada.
O caso veio à tona após a prisão de outra falsa médica, Camila Matias, que revelou ter sido indicada por Fernando para atuar com identidade falsa. Ambos usavam nomes fictícios para trabalhar em plantões em Sorocaba (SP).
Fernando conseguiu enganar a própria família, que acreditava que ele havia se formado e feito residência. A farsa foi tão elaborada que incluiu uma falsa formatura. A Justiça começou a desconfiar da alegada morte do réu após uma série de atestados médicos suspeitos e, por fim, uma certidão de óbito assinada com o nome da médica Cláudia Obara — que negou a autoria e afirmou estar viva e em contato com Fernando, de quem foi madrinha de casamento.
A Polícia confirmou que o falso médico foi ao cartório de Guarulhos em março, dois meses após a data de sua suposta morte. Lá, atualizou dados e tirou foto, comprovando estar vivo. Ele continuava frequentando normalmente o hospital da família, mesmo com mandado de prisão em aberto, e os promotores suspeitam que ele possa estar sendo protegido por policiais.
A certidão de óbito, segundo investigação, foi acompanhada de documentos forjados e de uma nota falsa de serviços funerários. A funerária negou ter feito qualquer serviço. Um funcionário do hospital Brás Cubas, ligado à família de Fernando, aparece como responsável por registrar o falso enterro.
Neste domingo (22), Fernando apareceu em vídeo assumindo estar vivo e dizendo que forjou a própria morte “em momento de desespero”. Alegou inocência no caso de homicídio e disse ter agido sozinho. Ele não explicou, no entanto, quem foi enterrado no lugar dele.
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo afirma que as operações para prendê-lo continuam em curso.