Foto: divulgação
Quarta, 28 de julho de 2021 - 10:22:08
Hospital Municipal de Campanha oferta nutrição específica cada paciente internado
Com tempero e com afeto

Estar na linha de frente de um hospital de campanha não é fácil. É uma prática de entrega e carinho com cada paciente, afinal, já são 75 mil atendimentos e muitas vidas salvas. Uma das responsáveis pela alimentação de cada um dos 1.013 sorrisenses que ficaram internados no Hospital Municipal de Campanha, a nutricionista Jayne Nolio – aquela mesma que a Tatiane, mãe da Evelyn lembra com tanto amor (confira aqui); conta como é viver o dia-a-dia da nutrição dos pacientes. Já foram mais de 15 mil refeições servidas no HMC.

“A alimentação é uma questão cultural; traz memórias afetivas. Então, nossa equipe busca atender também esse lado emocional do paciente porque acreditamos que o alimento é capaz de trazer um conforto a mais nesse momento tão difícil”, pontua a profissional.

 Jayne conta que já recebeu pedidos muito especiais: teve paciente que pediu pudim depois de dias na UTI da UPA; outro pediu estrogonofe quando também saiu da UTI. E teve quem pediu apenas um cacho de uva para lembrar de dias bons. “Dentro do possível, das condições clínicas de cada paciente, nós buscamos atender esses pedidos”, pontua.

Segundo a profissional, são muitas memórias desse período. “Atendemos muita gente. Mais de uma vez ouvimos de pacientes que pela primeira vez estavam provando um alimento diferente e que a experiência era dentro do HMC. Também há quem fica preocupado com o familiar internado, se é necessário trazer comida ou não para a pessoa. Isso marca profundamente”, diz ela.

Teve até quem comemorou o aniversário no HMC com direto à festa surpresa com bolo e balões preparada pelos profissionais. “Nossa equipe sempre busca animar os pacientes de qualquer forma”, diz a nutricionista. O mesmo cuidado esteve presente no Natal, Ano Novo, Páscoa, Dia dos Pais e Dia das Mães, quando a equipe elaborou cardápio diferenciado e com decorações.

Mas até chegar ao paciente há todo um processo. “Eu começo fazendo o trabalho ‘beira-leito’, que é saber os hábitos, as patologias, comorbidades de cada paciente”, explica Jayne. Após isso, também são avaliados os exames clínicos para saber qual a dieta indicada para cada pessoa diante do momento.

A covid altera paladar, olfato, apetite e tudo isso precisa ser levado em conta na hora de elaborar um cardápio, por isso todos os pacientes são atendidos individualmente.

Após a definição de que alimento o paciente pode receber, entra em cena uma equipe de mãos habilidosas de mulheres que atuam na cozinha. É em um espaço apropriado que o alimento que serve o HMC e a ala Covid-19 da UPA são preparados. Tudo sob o olhar atento de outra “nutri”, a profissional Elisângela Bergonsi. Depois tudo é embalado individualmente e entregue nas unidades hospitalares, só então, o alimento é distribuído pelas copeiras com uma dose extra de amor.

“E há quem não pode consumir alimentos sólidos. Nesses casos, ofertamos uma alimentação enteral, via sonda. Principalmente nos casos de intubações. A alimentação enteral ofertada é de alta qualidade”, diz. “Nosso objetivo é ofertar alimentação de qualidade para nenhum paciente sofrer desnutrição. Como disse, nesse momento, a comida é também um conforto”, lembra.

E se a nutri não mede esforços para auxiliar quem precisa permanecer no ambiente hospitalar, o mesmo empenho é visto por todos os lados e corredores. O serviço de nutrição teve início no HMC em julho do ano passado, logo após a implantação do espaço em maio; desde então, já foram servidas mais de 15 mil refeições. Tudo foi pensado e organizado pelos profissionais da Secretaria de Saúde e Saneamento e colocado em prática com o apoio da Secretaria de Educação e Cultura que, por estar com aulas remotas, disponibilizou cozinheiras e nutricionistas para auxiliar.

Jayne lembra que o HMC atende 24 horas. “Se você está com sintoma respiratório, nos procure imediatamente; não se automedique e nem fique esperando melhorar em casa”. A profissional aconselha “continue se cuidando, usando a máscara e acompanhe o calendário de imunizações: assim que possível, que estiver na sua faixa etária, faça seu agendamento para receber a picadinha de esperança”, finaliza.

Texto/Fonte: Claudia Lazarotto / Prefeitura Sorriso
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