O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos), foi vaiado e alvo de gritos de “sem anistia” durante um evento em homenagem ao Dia dos Professores, realizado nesta quarta-feira (15) no Rio de Janeiro. A plateia, formada majoritariamente por professores da rede municipal, reagiu no momento em que o parlamentar iniciou seu discurso.

Diante das manifestações, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se levantou e ficou ao lado de Motta, em um gesto de apoio, tentando amenizar o constrangimento — atitude semelhante à que o petista já teve em outras ocasiões.

Motta chegou a elogiar Lula durante a fala:

“Neste Dia Nacional do Professor, é uma honra estar aqui ao lado do senhor, sem dúvida alguma, o presidente que mais fez pela educação do Brasil.”

As vaias refletiram o descontentamento de parte do público com a atuação de Motta na articulação política de projetos que propõem anistia aos envolvidos nos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023, em Brasília. Embora o deputado evite apoiar explicitamente a proposta, ele tem sido criticado por conduzir as discussões e incluir o tema na pauta de votações da Câmara sob o argumento de “pacificar o país”.

Além de Motta, o prefeito Eduardo Paes (PSD) e o secretário municipal de Educação, Renan Ferreirinha (PSD) também foram vaiados. Paes reagiu anunciando reajuste anual e acordo de resultados para os professores e, ao deixar o evento, afirmou que “não ouviu as vaias” e que isso “não será a primeira nem a última vez”. Já Ferreirinha classificou os protestos como ação de “um grupo pequeno, ligado a movimentos sindicais e partidos”.

Durante o evento, o governo federal lançou a Carteira Nacional Docente, documento que oferecerá descontos e benefícios a professores de todas as redes e níveis de ensino, públicas e privadas. A carteira, com validade de dez anos, poderá ser solicitada a partir desta quinta-feira (16) pela plataforma Mais Professores, acessível via conta gov.br.