Foto: Reprodução/TV Globo
Wednesday, 11 de June de 2025 - 15:32:59
Hugo Motta prevê resistência no Congresso a pacote que substitui aumento do IOF
REAÇÃO NEGATIVA NO CONGRESSO À NOVA PROPOSTA PARA SUBSTITUIR IOF

O deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) afirmou nesta semana que as novas medidas econômicas que o governo deve anunciar para substituir o aumento do IOF encontrarão forte resistência no Congresso Nacional e no setor produtivo. Segundo ele, as propostas “pré-anunciadas” já provocaram preocupações entre parlamentares e empresários.

“Já comuniquei à equipe econômica que as medidas que estão pré-anunciadas deverão ter uma reação muito ruim, não só dentro do Congresso, como também no empresariado”, declarou Motta, que esteve presente na reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no último domingo (8).

Entre os pontos criticados por Motta está a possível taxação de títulos atualmente isentos, que hoje servem como importante instrumento de financiamento para o agronegócio e o setor imobiliário. “Quando se passa a tributar esses ativos, é natural que os setores diretamente impactados reajam. Com juros altíssimos no Brasil, esses títulos são hoje uma das poucas formas de viabilizar crédito nesses segmentos”, argumentou o deputado.

O presidente da Câmara reiterou a necessidade de o governo federal apresentar medidas concretas de contenção de despesas antes de propor qualquer elevação na carga tributária. Para ele, é fundamental que o Executivo “faça o dever de casa” antes de impor novas obrigações ao setor produtivo.

“Temos que entender que apresentar ao setor produtivo qualquer solução que venha a trazer aumento de tributos, impostos, sem o governo apresentar o mínimo de dever de casa do ponto de vista de corte de gastos, isso não será bem-aceito nem pelo setor produtivo nem pelo Poder Legislativo”, reforçou.

Em outra fala, direcionada a empresários do Distrito Federal nesta quarta-feira (11), Motta reiterou o posicionamento crítico. Segundo ele, “a resposta do Congresso foi clara: não aceitaremos compensações fiscais que recaiam exclusivamente sobre o setor produtivo”.

Apesar das críticas, o deputado evitou antecipar o posicionamento final do Legislativo. Ele destacou que ainda não é possível saber quais pontos da medida provisória serão aprovados. “Não dá para dizer o que o Congresso vai aprovar ou não dessa MP. Os parlamentares terão tempo para avaliar quais dessas medidas serão levadas em consideração”, ponderou.

Paralelamente às discussões econômicas, Motta foi questionado sobre uma decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, que pediu explicações ao governo e ao Congresso a respeito de supostos pagamentos de emendas parlamentares “paralelas”.

Negando qualquer mal-estar com a Corte, o deputado defendeu a atuação do STF. “De maneira alguma [há mau humor]. Acho que misturar a atuação do Supremo Tribunal Federal no momento em que estamos discutindo a política econômica do país é, na verdade, fazer uma associação que não cabe. O STF tem feito o seu trabalho. Temos a tranquilidade para a execução do Orçamento”, disse.

Por fim, Motta reconheceu que a execução orçamentária tem sido lenta em 2025 e que muitas emendas parlamentares ainda não foram pagas. Segundo ele, há um esforço em curso para destravar os repasses. “O Congresso está tranquilo. Não há nenhum mau humor com relação às decisões do STF”, concluiu.

Texto/Fonte: G1