Foto: Reprodução/TV Globo
Monday, 03 de November de 2025 - 10:31:33
Imagens inéditas revelam confronto intenso, rendição e resgate de feridos em megaoperação no Rio
SEGURANÇA PÚBLICA

Ainda na madrugada de terça-feira (28), cerca de 2,5 mil policiais civis e militares iniciaram uma megaoperação nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro. À medida que as equipes avançavam, o tiroteio se intensificou, revelando um dos confrontos mais violentos dos últimos anos.

Imagens exclusivas registradas pela inteligência policial mostraram criminosos fortemente armados, vestidos de preto ou camuflados, reunidos no alto da Serra da Misericórdia. Enquanto fugiam pela mata, tropas do BOPE, Batalhão de Choque e Polícia Civil cercavam os acessos às comunidades.

Durante a operação, os repórteres cinematográficos Marcello Dórea e Jadson Marques acompanharam os agentes em campo. Eles testemunharam o resgate dramático do delegado Bernardo Leal, baleado na perna. Para retirá-lo de um beco sob intenso tiroteio, policiais precisaram quebrar a parede de uma casa e improvisar uma tipoia com madeira antes de levá-lo em uma moto até o socorro.

Outro registro aéreo mostra o momento em que policiais foram emboscados na mata da Penha. Dois agentes ficaram feridos e Rodrigo Cabral, atingido na cabeça, morreu no local. O corpo só foi resgatado após o avanço do BOPE sob fogo inimigo.

No início da tarde, uma equipe do Batalhão de Choque cercou uma casa onde criminosos estavam escondidos. Após negociação, 26 suspeitos se renderam — a cena foi registrada em vídeo pelos próprios integrantes do grupo.

A operação durou cerca de 18 horas, paralisando parte do Rio. Linhas de transporte ficaram lotadas e moradores voltaram a pé para casa. Na manhã seguinte, dezenas de corpos foram levados por moradores à Praça São Lucas, na Penha, após serem encontrados na mata durante a madrugada.

Entre os mortos estão o inspetor Marcos Vinícius Cardoso de Carvalho (51), os sargentos Cleiton Serafim Gonçalves (42) e Heber Carvalho da Fonseca (39), e o agente Rodrigo Velloso Cabral (34). Outros 15 policiais ficaram feridos, três em estado grave, incluindo o delegado Bernardo Leal, que teve parte da perna amputada.

Quatro civis foram atingidos por balas perdidas, entre eles um mototaxista e dois homens em situação de rua. O principal alvo da ação, o traficante Doca, apontado como líder do Comando Vermelho na região, não foi localizado.

O governador Cláudio Castro defendeu a operação: “Foi necessária para combater o terror imposto pelo crime organizado”, afirmou ao Fantástico. Ele destacou que 113 suspeitos se renderam e “quem enfrentou as forças policiais encontrou o BOPE e a Core”.

O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, esteve no Rio e anunciou, junto a Castro, a criação do Escritório Emergencial de Combate ao Crime Organizado, para integrar ações entre as forças estaduais e federais. Na quinta-feira, o governador se reuniu com líderes de outros cinco estados para coordenar estratégias de enfrentamento ao crime.

Texto/Fonte: G1