A Polônia registrou uma das maiores violações militares de seu espaço aéreo desde o início da guerra na Ucrânia. Entre a noite de terça-feira (9) e a manhã de quarta-feira (10), caças poloneses e da Otan interceptaram drones identificados como russos, em uma operação que levou ao fechamento parcial do espaço aéreo e à suspensão de voos no aeroporto de Varsóvia.
Segundo o premiê Donald Tusk, foram confirmadas 19 violações em sete horas, com drones abatidos ou caídos em diferentes pontos do país. Na região de Lublin, uma casa foi atingida, mas não houve feridos. Tusk afirmou ainda que parte dos equipamentos teria vindo da Belarus, o que representaria uma escalada inédita.
Moscou se esquivou da responsabilidade. O Ministério da Defesa russo disse que os ataques miravam apenas a Ucrânia e negou intenção de atingir a Polônia. O Kremlin classificou as acusações ocidentais como “infundadas”. Já autoridades bielorrussas afirmaram ter detectado drones “fora de rota” e informado Varsóvia e Vilnius.
A Otan classificou o episódio como “absolutamente imprudente e perigoso”. O secretário-geral, Mark Rutte, alertou que a aliança está pronta para defender “cada centímetro” de seu território.
Para a União Europeia, a violação foi a mais grave desde 2022. A chefe de política externa, Kaja Kallas, disse que há indícios de ação intencional e defendeu novas sanções contra Moscou.
O caso reacendeu a preocupação sobre um possível acionamento do Artigo 5 do Tratado do Atlântico Norte, que prevê resposta coletiva armada a um ataque contra qualquer aliado. Até o momento, no entanto, apenas o Artigo 4 foi invocado, o que abre espaço para consultas entre os membros da aliança.