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Monday, 30 de June de 2025 - 15:45:41
Investigado em Nova Mutum teria iniciado atividades criminosas com desvio de cerveja antes de atuar em esquema milionário de grãos
POLÍCIA APONTA EMPRESÁRIO COMO LÍDER DE ESQUEMA DE FURTO DE CARGAS

A Polícia Civil de Mato Grosso revelou que o empresário investigado na Operação Safra 3, deflagrada na semana passada, construiu seu patrimônio com base em atividades criminosas ligadas ao roubo e furto de cargas, inicialmente de cerveja e, posteriormente, de grãos. As investigações foram conduzidas pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), que apontou o envolvimento do empresário, dono de uma distribuidora de bebidas em Nova Mutum, em uma organização criminosa especializada em desvios de cargas.

Conforme apurado, antes mesmo de se associar à quadrilha que furtou mais de R$ 20 milhões em grãos no estado, o investigado já atuava no furto de bebidas. A polícia estima que ele tenha participado do desvio de cerca de 10 a 15 cargas de cerveja, com as quais acumulou recursos para investir na aquisição de caminhões utilizados nos crimes subsequentes.

Segundo relatório da GCCO, o empresário também exercia papel de operador financeiro da organização. “Todos os bens em nome do investigado, suas empresas ou pessoas interpostas (‘laranjas’) foram adquiridos com recursos oriundos de atividades ilícitas. O sentimento de impunidade era evidente: utilizava seus próprios veículos, comprados com o lucro dos crimes, para continuar delinquindo”, destacou a polícia.

Em um episódio ocorrido em 2020, duas carretas carregadas com cervejas foram apreendidas em Nova Mutum. A ação, articulada pelo empresário, foi interceptada durante o transbordo das cargas roubadas em Rosário Oeste. Na ocasião, três cúmplices foram presos após troca de tiros com a polícia.

O investigado, segundo os agentes, levava uma vida de ostentação e se orgulhava de ter “se levantado com a cerveja”, embora tenha migrado para o furto de cargas de grãos por ser mais lucrativo e arriscado, em sua avaliação, que os crimes anteriores. A mudança de atuação foi considerada estratégica pela organização criminosa da qual fazia parte.

Em depoimentos e interceptações, o empresário expressava abertamente seu desejo de enriquecer às custas de novas vítimas, demonstrando frieza e determinação em seguir no esquema. Estima-se que ele tenha coordenado furtos em pelo menos sete propriedades rurais, gerando um prejuízo superior a R$ 4,5 milhões.

Um dos episódios detalhados na investigação envolveu cinco desvios simultâneos de carga de soja realizados por um motorista contratado pelo investigado, causando perdas estimadas em R$ 425,7 mil. Essas cargas foram entregues a uma empresa pertencente a outro membro do grupo, identificado como o principal articulador financeiro da organização criminosa.

A Polícia Civil segue aprofundando as investigações para responsabilizar todos os envolvidos no esquema. A operação segue em andamento.

Texto/Fonte: Só Notícias