Foto: Reprodução/TV Globo/Arquivo pessoal
Friday, 14 de November de 2025 - 13:43:33
Investigado por caso de balões em 2015 pode estar entre as vítimas de explosão no Tatuapé
EXPLOSÃO EM DEPÓSITO DE FOGOS

A Polícia Técnico-Científica realiza exames para tentar identificar o corpo carbonizado encontrado na casa que explodiu na Rua Francisco Bueno, no Tatuapé, zona leste de São Paulo. A principal suspeita é de que a vítima seja Adir de Oliveira Mariano, 46 anos, morador do imóvel, que ficou completamente destruído. O resultado do laudo do IML ainda não foi concluído. A esposa de Adir escapou porque estava no shopping no momento da explosão.

As investigações apontam que a residência funcionava como depósito clandestino de fogos de artifício, segundo a Secretaria da Segurança Pública. Adir, que ainda não foi localizado, aparece como investigado na apuração das causas e das responsabilidades pelo acidente, que também deixou dez pessoas feridas — todas sem risco de morte. A principal hipótese é de que artefatos armazenados irregularmente tenham provocado a explosão.

O nome de Adir já havia aparecido em investigações anteriores. Em 2015, ele e outras pessoas foram absolvidos de acusações de associação criminosa por suposto envolvimento com um grupo de baloeiros. Uma década antes, Adir chegou a ser detido após correr atrás de um balão que caiu em São José dos Campos. Como todos os envolvidos negaram participação direta, a Justiça concluiu que não havia comprovação suficiente para condenação. Soltar balões é crime, com pena de até três anos de detenção, além de multa.

A informação de que Adir vivia no imóvel foi confirmada pela Polícia Civil e pela advogada do irmão dele, Alessandro de Oliveira Mariano. Segundo a defesa, Alessandro é locatário do local há cerca de nove anos, mas não sabia que o irmão estava morando ali; os dois não se falam há sete anos. Ele prestou depoimento por ainda constar como inquilino no contrato, mas a família aguarda identificação oficial do corpo.

Em redes sociais, Adir compartilhava publicações sobre fogos e balões, incluindo um texto de 2017 no qual exaltava a prática — o que reforça, segundo policiais, a suspeita de que ele produzia ou soltava balões de forma clandestina.

A explosão, registrada por volta das 19h45, causou estragos em um raio de três quarteirões. A Defesa Civil interditou ao menos 23 imóveis, e moradores foram levados para casas de parentes. Carros estacionados nas proximidades ficaram destruídos; vidros de apartamentos se partiram com o impacto. Moradores relataram clarões, forte estrondo e fogo atingindo casas vizinhas, comparando o cenário a “noite de Ano Novo”.

O Corpo de Bombeiros enviou oito viaturas ao local. Segundo oficiais, há indícios de que os fogos encontrados seriam usados em balões, mas ainda não há confirmação sobre a causa exata da explosão. O caso segue em investigação no 30º Distrito Policial como explosão, crime ambiental relacionado a balões e lesão corporal.

Texto/Fonte: G1