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Wednesday, 10 de September de 2025 - 17:44:20
IPCA recua 0,11% em agosto, pressionado por energia elétrica e alimentos; inflação acumulada em 12 meses chega a 5,13%
DEFLAÇÃO SURPREENDE ECONOMISTAS

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou deflação de 0,11% em agosto, informou o IBGE. Foi a primeira queda mensal em um ano, puxada principalmente pelo recuo de 4,21% na energia elétrica, reflexo da inclusão do Bônus de Itaipu nas contas. Com isso, o grupo Habitação caiu 0,90%, maior retração para o mês desde 1994.

No acumulado de 2025, os preços já subiram 3,15%, e em 12 meses a inflação soma 5,13%, acima da meta de 3% definida pelo Conselho Monetário Nacional. Outros grupos também contribuíram para a deflação: Alimentação e bebidas (-0,46%), com destaque para tomate (-13,39%), cebola (-8,69%) e batata-inglesa (-8,59%); e Transportes (-0,27%), influenciado por passagens aéreas (-2,44%) e combustíveis (-0,89%).

Por outro lado, alguns setores seguiram em alta. Educação avançou 0,75% no mês, puxada pelo ensino superior (1,26%) e cursos de idiomas (1,87%). Vestuário (0,72%) e Saúde e cuidados pessoais (0,54%) também registraram aumento, enquanto em Despesas pessoais (0,40%) pesou o reajuste nos jogos de azar (3,60%), apesar da queda em cinema e teatro (-4,02%).

Especialistas avaliam que o resultado foi menos positivo do que o esperado, já que o mercado projetava deflação entre 0,15% e 0,16%. Para Lucas Barbosa, da AZ Quest, a inflação de serviços segue pressionada pelo mercado de trabalho aquecido. Rafael Perez, da Suno Research, destaca que o consumo interno e os salários mantêm pressão sobre preços. Já Rafael Cardoso, do Banco Daycoval, aponta a queda de itens básicos como arroz, feijão e carnes como pontos positivos, mas alerta que o Banco Central ainda deve agir com cautela.

Segundo projeções, a Selic deve permanecer em 15%, e a inflação deve encerrar o ano em torno de 4,9%.

Texto/Fonte: G1