Israel decidiu manter fechada a passagem de Rafah, principal ponto de entrada de ajuda humanitária no sul da Faixa de Gaza, após o Hamas descumprir o acordo de cessar-fogo firmado na semana passada e não liberar todos os corpos de reféns israelenses. A informação foi divulgada por três autoridades israelenses à agência Reuters.
A passagem, localizada na fronteira com o Egito, deve permanecer bloqueada ao menos até quarta-feira (15). As autoridades, no entanto, não informaram por quanto tempo a restrição continuará em vigor.
O Hamas havia se comprometido a libertar 48 reféns que permaneciam em Gaza, incluindo os corpos de 28 vítimas. Na segunda-feira (13), o grupo libertou 20 reféns vivos e entregou os corpos de quatro pessoas mortas, alegando precisar de mais tempo para localizar os demais restos mortais.
Após o anúncio do cessar-fogo, a Turquia criou uma força-tarefa para tentar recuperar os corpos ainda desaparecidos, com apoio dos Estados Unidos e de Israel.
Em reação à decisão israelense, a ONU e o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) pediram nesta terça-feira (14) a abertura imediata de todas as passagens fronteiriças para permitir o envio de suprimentos à população palestina.
“Nem todas as passagens de Gaza estão abertas à ajuda humanitária. Esse é o principal problema no momento”, afirmou o porta-voz do CICV, Christian Cardon. Já Jens Laerke, do Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha), informou que 190 mil toneladas de mantimentos estão prontas para envio, aguardando apenas autorização para entrar no território.
Enquanto isso, o Exército de Israel relatou ter aberto fogo contra “vários suspeitos” que ultrapassaram uma linha de segurança estabelecida durante o cessar-fogo. De acordo com autoridades de saúde palestinas, cinco pessoas morreram no episódio ocorrido na Cidade de Gaza.
As Forças de Defesa de Israel (FDI) afirmaram que os indivíduos desrespeitaram instruções de afastamento das tropas, o que levou à reação militar. O governo israelense classificou o incidente como violação do acordo de cessar-fogo e pediu que os palestinos “sigam as orientações” para evitar novos confrontos.