A cantora Ivete Sangalo e o Grupo Clareou protagonizam uma disputa envolvendo o nome da nova turnê da artista baiana. Intitulada "Ivete Clareou", a turnê dedicada ao samba gerou reação do grupo fluminense, que alega uso indevido de marca registrada.
Formado no Rio de Janeiro em 2009, o Grupo Clareou é conhecido no cenário do samba e do pagode, com colaborações com artistas como Ferrugem, Suel e Péricles. O grupo já se apresentou internacionalmente e conta com mais de 600 mil seguidores nas redes sociais.
A controvérsia teve início na terça-feira (8), pouco após o início das vendas para os shows de Ivete. Em nota, a banda declarou que a marca “Clareou” está registrada desde 2010 no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) e não pode ser usada por outros artistas no ramo musical sem autorização. Eles acusam a cantora de usar o nome sem consulta prévia.
Já a produtora Super Sounds, responsável pela turnê, afirma que não houve violação de direitos. Segundo a empresa, o registro no INPI é da marca “Grupo Clareou”, e não apenas “Clareou”, o que não impediria o uso da palavra em outros contextos. A informação foi confirmada pelo g1 após consulta ao banco de dados do instituto.
A produtora relatou ainda que tentou entrar em contato com os integrantes do grupo para buscar soluções que evitassem confusões com o público. No entanto, segundo a Super Sounds, a única contraproposta apresentada teria envolvido valores considerados inviáveis, levando ao encerramento das conversas.
Para o advogado Caio Guimarães, especialista em propriedade intelectual, não há infração. Ele explica que o nome da turnê não configura uso indevido porque não corresponde exatamente à marca registrada.
“Se o nome fosse 'Ivete Grupo Clareou', aí sim haveria violação. Mas apenas 'Ivete Clareou' não caracteriza infração”, avaliou.
A disputa levanta questões sobre os limites do uso de nomes comerciais e artísticos e deve seguir repercutindo, especialmente com o início da turnê de Ivete Sangalo.