Foto: Reprodução/Fantástico
Monday, 20 de October de 2025 - 05:02:54
Joalheiro processa socialite paulista por dívida de R$ 40 milhões em joias de luxo
DISPUTA MILIONÁRIA

Brilhantes, diamantes e pedras raras estão no centro de uma batalha judicial entre o joalheiro Marcelo Assad Scaff Filho e a socialite Margareth Costa Carvalho, moradora de uma mansão de dois mil metros quadrados na Grande São Paulo. O profissional acusa a cliente de não pagar por joias avaliadas em cerca de R$ 40 milhões, encomendadas para eventos internacionais.

Segundo Marcelo, Margareth pediu diversas peças inspiradas em celebridades como as Kardashians e Lady Gaga, mas não efetuou o pagamento nem devolveu os itens. As joias foram levadas à Itália para uma semana de moda, com nota de consignação de R$ 246 mil — valor simbólico usado apenas para liberar a saída das mercadorias do país. Após o retorno, o documento teria sido substituído por uma nota de venda, refletindo o valor real.

Mensagens de áudio apresentadas pelo joalheiro indicam que a socialite solicitava a emissão de consignações. Ele afirma ainda que Margareth foi informada de que, ao retornar da viagem, a nota fiscal definitiva seria emitida com o preço correto.

A defesa da socialite, representada por Ricardo dos Santos Maciel, contesta a versão. Segundo o advogado, Marcelo teria emitido a nota de consignação para evitar o pagamento de impostos. Ele sustenta que não houve calote e que o joalheiro é o responsável legal pela emissão de notas fiscais.

A disputa se agravou após Margareth acusar o fornecedor de entregar peças falsas e se recusar a devolvê-las, alegando apego emocional: “Não vou ficar longe dos meus bebês”, teria dito, segundo o joalheiro.

O caso expõe práticas informais no mercado de luxo paulistano, onde muitas transações ocorrem sem nota fiscal, dificultando a comprovação de propriedade. O advogado de Marcelo afirma que, em oito anos de negócios, cerca de 200 joias foram vendidas a Margareth com documentação regular, e apenas as 11 peças questionadas não tiveram nota emitida.

A socialite apresentou um termo de quitação, datado de abril de 2024, afirmando que todas as compras anteriores estavam pagas. A defesa do joalheiro, porém, rebate, dizendo que o documento não abrange as joias em disputa e que Margareth continuou adquirindo produtos após essa data.

A filha da socialite, Caroline, também aparece nas acusações, sendo apontada por credores por devolver bolsas e joias alegando defeitos inexistentes. A defesa das duas nega irregularidades e afirma que há uma tentativa do mercado de “difamar” mãe e filha.

Especialistas em direito tributário lembram que a venda sem nota fiscal, comum nesse segmento, é prática ilegal e prejudica a arrecadação pública. O processo, que movimenta o círculo de luxo paulista, segue na Justiça.

Texto/Fonte: G1