O prefeito de Igarapé Grande (MA), João Vitor Xavier, afirmou à polícia que a arma usada no homicídio de um policial militar durante uma vaquejada foi um “presente” de um eleitor. O político de 27 anos também declarou ter “jogado” a arma no local do crime, mas a Polícia Civil ainda não encontrou o armamento. Imagens de uma câmera de segurança do evento não mostram o momento em que ele teria descartado a arma.

A defesa de João Vitor alega que ele agiu em legítima defesa. Ele prestou depoimento de forma voluntária e foi liberado, já que não foi preso em flagrante, conforme informou o delegado Ricardo Aragão, superintendente de Polícia Civil do Interior. A investigação tem prazo de dez dias para ser concluída e o pedido de prisão preventiva pode ser solicitado. Por ter foro privilegiado, o prefeito será julgado em tribunais superiores.

O crime ocorreu na noite do domingo (6), durante uma vaquejada em Trizidela do Vale, quando o policial, conhecido como “Dos Santos”, pediu que o prefeito reduzisse a intensidade dos faróis do carro, que estavam incomodando as pessoas presentes. Isso teria motivado o desentendimento.

Vídeos do local mostram o prefeito se aproximando de um carro preto, aparentemente pegando um objeto, indo até um grupo de pessoas e depois fugindo rapidamente. A suspeita é que ele tenha efetuado os disparos pelas costas do policial, que estava de costas no momento, segundo o delegado Diego Maciel. Foram cerca de cinco tiros, e o corpo da vítima foi enviado ao IML de Timon para perícia.

O policial, que estava de folga e era lotado no 19º Batalhão da Polícia Militar, foi socorrido inicialmente em Pedreiras e transferido para um hospital maior, mas não resistiu aos ferimentos.

Testemunhas ainda estão sendo ouvidas, e outras provas devem ser analisadas para definir se será feito o pedido de prisão preventiva contra o prefeito.

João Vitor Xavier declarou na Justiça Eleitoral, durante as eleições municipais de 2024, que era estudante, bolsista ou estagiário. Ele é sobrinho do ex-prefeito de Igarapé Grande e ex-presidente da Federação dos Municípios do Maranhão, Erlanio Xavier.