A juíza argentina Julieta Makintach anunciou nesta terça-feira (27) que deixará o julgamento da morte de Diego Maradona, após o Ministério Público pedir seu afastamento por envolvimento em gravações supostamente destinadas a um documentário sobre o caso. Desde o segundo dia de julgamento, gravações dentro do tribunal de San Isidro estavam proibidas.
Em sua declaração, Makintach negou envolvimento direto com o projeto audiovisual e disse estar tão surpresa quanto o público: “Não sabia de nada, nem do roteiro. Sinto muito, foi uma bagunça”. Apesar de afirmar não haver má conduta, ela reconheceu a necessidade de deixar o processo.
Os colegas de tribunal, Veronica Di Tommaso e Maximiliano Savarino, não saíram em sua defesa e enfatizaram que Makintach nunca presidiu as sessões, para evitar riscos de anulação do julgamento.
O advogado das filhas de Maradona, Fernando Burlando, anunciou que também apoiaria o pedido de afastamento e defenderia o julgamento político da juíza, acusando-a de comportamento inadequado e “atuação”.
Gravações em que Makintach aparece em frente à câmera, afirmando “não me imagino fazendo outra coisa”, vieram a público nos últimos dias. A magistrada alegou que o conteúdo era bruto e feito por um amigo de infância, sem destino definido.
O julgamento segue contra a equipe médica de Maradona, acusada de homicídio com dolo eventual, com penas previstas entre 8 e 25 anos de prisão. Uma oitava acusada, uma enfermeira, será julgada separadamente. Todos alegam inocência.