O deputado federal Antônio Luiz Rodrigues Mano Júnior, conhecido como Júnior Mano, está no centro de uma operação da Polícia Federal que investiga fraudes em licitações e desvios de emendas parlamentares no Ceará. Natural de Nova Russas, o parlamentar de 40 anos foi o segundo mais votado do estado nas eleições de 2022, com mais de 216 mil votos, mas coleciona polêmicas desde o início de sua carreira política.

Segundo a PF, o grupo investigado direcionava recursos públicos a determinados municípios cearenses, em troca de desvio de parte dos valores por meio de contratos fraudulentos. Também há suspeitas de que o grupo influenciava licitações por meio de empresas ligadas aos envolvidos. Os crimes apurados incluem organização criminosa, lavagem de dinheiro, captação ilícita de sufrágio e falsidade ideológica com finalidade eleitoral.

Além da investigação atual, o deputado já havia sido alvo de sanções eleitorais. Ele e sua esposa, atual prefeita de Nova Russas, foram considerados inelegíveis por oito anos. A punição decorreu de abuso de poder político e econômico durante as eleições, segundo a Justiça Eleitoral.

O rompimento de Mano com o PL ocorreu em 2022, após ele organizar um ato de apoio ao petista Eudes Leitão, com a presença do governador Elmano de Freitas e do ministro Camilo Santana. O evento reuniu 41 prefeitos e foi interpretado como traição à aliança local do PL. Após pressão do ex-presidente Jair Bolsonaro, o presidente nacional do partido, Valdemar Costa Neto, determinou a expulsão do parlamentar.

Apesar de ser alvo de mandados de busca e apreensão nesta terça-feira (8), Júnior Mano negou envolvimento nos crimes. Em nota, afirmou que não participa de processos licitatórios nem de fiscalização de contratos. “Tenho plena convicção de que, ao final da apuração, a verdade dos fatos prevalecerá”, declarou.

A liderança do PSB na Câmara, partido ao qual Mano está atualmente filiado, disse aguardar o esclarecimento dos fatos com respeito ao devido processo legal.