A Polícia Civil do Rio de Janeiro está investigando o ex-jogador Léo Moura por suposto envolvimento com a Palpite na Rede, uma empresa de apostas on-line alvo da Operação Banca Suja, deflagrada para desarticular um esquema milionário de jogos ilegais e fraudes contra apostadores.
De acordo com os investigadores, o ex-lateral do Flamengo atuava como garoto-propaganda da marca e divulgava links de cadastro em suas redes sociais, oferecendo bônus a novos usuários. A prática, segundo a polícia, é comum entre influenciadores contratados para ampliar o alcance das plataformas e gerar lucros proporcionais ao número de cadastros realizados por meio de seus links.
Em nota, Léo Moura negou envolvimento direto com o esquema, afirmando que apenas realizou um trabalho publicitário.
“Fui contratado por uma empresa de publicidade para uso da minha imagem, mas sem vínculo com a empresa de apostas”, declarou o ex-jogador.
???? Esquema milionário e manipulação de jogos
A operação mira uma organização criminosa que teria movimentado mais de R$ 130 milhões em três anos, explorando cassinos virtuais e jogos de azar — práticas proibidas no Brasil. Foram expedidos 15 mandados de busca e apreensão e determinado o bloqueio de R$ 65 milhões em contas ligadas aos suspeitos.
As ações ocorrem em Recreio dos Bandeirantes e Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. A investigação teve início após a análise de movimentações financeiras da empresa One Publicidade e Marketing Digital Ltda, responsável pela marca Palpite na Rede, que realizou transferências milionárias sem origem comprovada entre contas de pessoas físicas e jurídicas.
O delegado Vinícius Lima explicou que as apostas eram manipuladas e resultavam em prejuízo certo para os apostadores.
“É um jogo de perde ou perde. O responsável manipula os resultados e o jogador de boa-fé acaba perdendo tudo”, afirmou.
???? Possíveis conexões com o crime organizado
A polícia também apura ligações do grupo com o Primeiro Comando da Capital (PCC) e com Adilson Oliveira Coutinho Filho, conhecido como Adilsinho, apontado como integrante da máfia dos cigarros. Embora Adilsinho não seja alvo direto da operação, os investigadores tentam esclarecer possíveis vínculos entre suas atividades e o esquema de apostas ilegais.
A Operação Banca Suja busca desarticular uma rede que, sob fachada de marketing digital, promovia abertamente cassinos virtuais sem autorização da Secretaria de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda, responsável pela regulamentação do setor no país.