O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou nesta sexta-feira (29) que o país está pronto para responder com luta armada caso sofra agressão dos Estados Unidos. Em entrevista coletiva, o líder chavista denunciou que navios de guerra e um submarino americano, posicionados próximos ao território venezuelano, carregam cerca de 1.200 mísseis voltados para o país.

Maduro classificou a operação como “criminosa e imoral” e disse que Caracas não se curvará a pressões externas. O governo Donald Trump enviou ao menos sete embarcações, 4.500 militares, aviões espiões e um submarino nuclear ao sul do Caribe, alegando tratar-se de uma ofensiva contra cartéis de drogas. Analistas, porém, avaliam que a dimensão da frota é desproporcional para tal objetivo e pode indicar preparação para um ataque aéreo ou até invasão terrestre.

Washington acusa Maduro de chefiar o chamado Cartel de los Soles, considerado organização terrorista pelos EUA, e oferece recompensa de US$ 50 milhões por sua captura. Fontes ouvidas pelo site Axios afirmam que Trump pediu um “menu de opções” sobre como agir na Venezuela e não descartou cenários que vão desde bombardeios a drones contra o presidente.

A Venezuela respondeu com mobilização militar: além de enviar 15 mil soldados à fronteira com a Colômbia, Maduro anunciou o recrutamento de 4,5 milhões de milicianos e enviou uma carta à ONU pedindo que a organização pressione os EUA a respeitar a soberania do país. “Se a Venezuela for agredida, passará imediatamente ao período de luta armada em defesa de seu território e de sua história”, disse o presidente.

Especialistas em estratégia militar avaliam que, apesar do discurso de resistência, as forças armadas venezuelanas têm pouca capacidade de enfrentar o poderio americano em caso de conflito direto.