Uma pesquisa do Instituto Quaest revela forte apoio da população do Rio de Janeiro a medidas mais rígidas contra o crime organizado. O levantamento foi feito nos dias 30 e 31 de outubro, com 1.500 entrevistados de 16 anos ou mais, e margem de erro de três pontos percentuais.
O estudo foi realizado poucos dias após a megaoperação do dia 28 de outubro, que deixou 121 mortos, entre eles quatro policiais, durante ações das Polícias Civil e Militar contra o Comando Vermelho nos complexos da Penha e do Alemão.
Segundo o levantamento, 85% dos entrevistados defendem aumento da pena para homicídios cometidos a mando de organizações criminosas, enquanto 72% apoiam classificar essas facções como grupos terroristas.
Outros dados mostram que 94% concordam com a criação de um escritório de emergência para combater o crime organizado, proposta anunciada recentemente pelo governador Cláudio Castro e o ministro da Justiça Ricardo Lewandowski.
A aprovação da operação policial foi expressiva: 64% disseram apoiar a ação, contra 27% que a desaprovaram. Para 58%, a operação foi um sucesso; 32% a consideram um fracasso.
Apesar do apoio às forças de segurança, 52% afirmaram que o Rio está menos seguro após a operação, enquanto 35% acreditam que o estado ficou mais protegido.
Sobre o papel do governo, 62% disseram que o estado não tem capacidade de enfrentar o crime organizado sozinho, e 53% consideram que o governo federal não tem ajudado suficientemente no combate às facções.
A pesquisa também revelou percepções sobre medidas de segurança:
81% apoiam o uso de câmeras nos uniformes policiais;
58% são favoráveis à pena de morte para crimes graves;
73% acham que a polícia deve continuar realizando operações em comunidades.
Quando questionados sobre o principal objetivo do governador Cláudio Castro ao ordenar a operação, 54% disseram acreditar que ele agiu para combater o crime, enquanto 40% veem interesse político.
Entre os crimes que mais preocupam os fluminenses, pedofilia (21%), domínio de facções (16%) e homicídios (15%) lideram o ranking.
A pesquisa também abordou a polêmica declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que afirmou que traficantes seriam “vítimas dos usuários de drogas”. Para 61%, a fala era conhecida; 60% consideraram a declaração uma opinião sincera, e 33% a classificaram como um mal-entendido.