A Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou, na tarde deste domingo (6), que 1.023 manifestações foram desfeitas em estradas espalhadas pelo Brasil. De acordo com a corporação, não há mais nenhuma rodovia do país com tráfego totalmente bloqueado.

Iniciados na noite de domingo (30), após a confirmação da eleição de Lula para a Presidência da República, protestos liderados por caminhoneiros interditaram diversas vias públicas do país. Até a última sexta (4), havia bloqueios ativos em Santa Catarina e no Paraná.

De acordo com o boletim desta tarde da PRF, há, ainda, um ponto de interdição — quando o fluxo é parcialmente interrompido na estrada — no Brasil. Ele ocorre em Santarém, no oeste do Pará. Mais cedo, havia interdição em Pontes e Lacerda, município do interior de Mato Grosso.

Impactos das manifestações no agro

As manifestações de caminhoneiros não encontraram apoio entre entidades ligadas ao agronegócio. Na segunda-feira (31), a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) afirmou, em nota, que o “caminho das paralisações de nossas rodovias impacta diretamente os consumidores brasileiros, no possível desabastecimento e em toda a cadeia produtiva rural do país”.

Na quinta-feira (3) foi vez de o presidente da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt), Gustavo Oliveira, comentar os efeitos das paralisações. De acordo com ele, a situação chegou a ser “muito preocupante” no estado do Centro-Oeste, que é o líder do país em valor bruto da produção da agropecuária (VBP).

“A situação já é muito preocupante. Temos desabastecimento de matéria-prima, insumos, em muitas indústrias. Também há muitos frigoríficos e outras indústrias que deixaram de expedir os seus produtos por conta da paralisação”, relatou Oliveira.

O presidente da República, Jair Bolsonaro, que disputou o segundo turno contra Lula, também se posicionou contrário aos bloqueios de estradas. Em vídeo divulgado na noite da última quarta-feira (2), ele pediu para as vias serem liberadas pelos caminhoneiros.

“Quero fazer um apelo a você [caminhoneiro]: desobstrua as rodovias. Isso daí não faz parte, no meu entender, dessas manifestações legítimas. Não vamos perder essa nossa legitimidade. Outras manifestações que estão fazendo pelo país todo, nas praças, fazem parte do jogo democrático”, afirmou Bolsonaro.