Conforme dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), 71 crianças e adolescentes em Mato Grosso estão na fila para adoção. O defensor público Gonçalbert Torres de Paula, da 4ª Defensoria de Lucas do Rio Verde, destaca que o processo de adoção no Brasil é complexo e pode levar anos, especialmente quando há restrições rígidas sobre o perfil da criança desejada.

O procedimento inclui um período de habilitação que dura entre seis meses e um ano, com entrevistas, treinamentos e capacitações. A busca por recém-nascidos, saudáveis e brancos pode estender a espera por anos, enquanto a aceitação de crianças e adolescentes de qualquer idade, etnia e condição pode reduzir esse tempo para meses.

O defensor reforça que a adoção exige reflexão profunda, amor e responsabilidade, e que a Defensoria Pública oferece suporte jurídico e orientação durante todo o processo. Segundo ele, desistir após conhecer a realidade da adoção pode ser um ato responsável, garantindo segurança e bem-estar às crianças e adolescentes.

Além das 71 crianças aguardando adoção, Mato Grosso conta com 596 crianças e adolescentes em abrigos, 106 já escolhidos para adoção, 2.237 reintegrados às famílias desde 2020, e 377 adotados desde 2019. No Brasil, são mais de 5 mil aptos para adoção e mais de 34 mil abrigados por questões familiares.

O defensor destaca que a adoção cria um vínculo permanente, e o acesso à informação é fundamental para proteger tanto quem deseja adotar quanto quem espera ser adotado.