A Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Mato Grosso finalizou o inquérito sobre a morte da estudante Thayane Oliveira Sousa Leal, de 35 anos, ocorrida durante uma cirurgia plástica em Cuiabá, no dia 23 de outubro de 2024. O médico responsável pelo procedimento foi indiciado por homicídio culposo.
Thayane foi submetida a uma abdominoplastia combinada com lipoaspiração. Durante a cirurgia, sofreu uma parada cardiorrespiratória. A equipe conseguiu reanimá-la, mas, devido à ausência de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) na clínica, ela foi transferida para um hospital com UTI. No trajeto, houve uma segunda parada cardiorrespiratória e, apesar dos esforços médicos, o óbito foi confirmado.
Nos depoimentos, o marido relatou que a esposa realizou exames que atestaram sua aptidão para a cirurgia. Ele recebeu apenas uma ligação informando que o procedimento estava normal, mas depois não teve mais notícias até ser comunicado da parada cardíaca. Após a morte, o hospital devolveu o valor pago pela cirurgia.
Testemunhas, entre elas profissionais da equipe médica e acompanhantes, confirmaram que a parada ocorreu de forma súbita, sem erros visíveis durante o procedimento. A anestesiologista e o cirurgião destacaram que todos os exames pré-cirúrgicos estavam normais e que as manobras de ressuscitação foram imediatas.
Contudo, após análise detalhada dos depoimentos e dos laudos, o delegado Marcelo Carvalho concluiu que houve negligência do cirurgião plástico, resultando no indiciamento por homicídio culposo. O inquérito foi encaminhado ao Judiciário e ao Ministério Público Estadual para as providências legais.