A morte do soldado Wenderson, conhecido como Otávio, encontrada com um tiro na cabeça em um alojamento militar no Rio de Janeiro, foi inicialmente informada como suicídio pelo Exército. Contudo, uma investigação do Ministério Público Militar revelou que o disparo foi acidental e provocado por outro soldado, Jonas Gomes Figueira.

Segundo a denúncia, Jonas, que era amigo próximo da vítima, teria apontado uma pistola 9mm, acreditando que estava descarregada, e disparado enquanto Wenderson calçava seu coturno. O terceiro sargento Alessandro dos Reis Monteiro foi indiciado por não fiscalizar a entrada da arma no alojamento, proibida pelas normas militares.

Depoimentos indicam que Jonas costumava brincar com armas e já havia ameaçado colegas com elas. Após o ocorrido, o comandante do batalhão teria ordenado que a versão oficial fosse suicídio, proibindo contato com a família da vítima. Mensagens internas mostram tentativas de identificar e pressionar militares que contradissessem essa narrativa.

Para os pais de Wenderson, apesar da dor, há alívio com o andamento da Justiça. “A dor não vai passar, mas estou aliviada em saber que a Justiça está sendo feita”, afirmou a mãe, Cristiana.

A defesa de Jonas nega a autoria e diz que provará sua inocência ao longo do processo. O Exército, por meio do Centro de Comunicação Social, afirmou que as ações tomadas respeitaram as normas e que busca garantir a lisura do processo, ressaltando respeito à verdade, ética e à família do militar falecido.