O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira (12) que a nova taxação sobre LCIs e LCAs — títulos isentos até então — não deve encarecer os empréstimos para o agronegócio e a construção civil. Segundo ele, os setores têm alternativas e parte dos recursos arrecadados hoje nem chegam ao produtor.

A medida, que prevê cobrança de 5% de IR no resgate desses títulos a partir de 2026, faz parte de um pacote que substitui a alta do IOF anunciada em maio e alvo de forte rejeição. A proposta também aumenta a tributação sobre apostas esportivas, criptoativos e reduz encargos em produtos como seguros VGBL.

Haddad rebateu críticas de empresários e parlamentares, afirmando que as reações são precipitadas. “Não vai afetar minimamente. O que afeta o mercado é a Selic”, disse. O ministro também se queixou da forma como parte dos opositores vêm reagindo: “Esse negócio de xingar e sair correndo é coisa de moleque de rua. Eu estou discutindo com o Congresso”.

Ele defendeu o fim de isenções que somam R$ 41 bilhões e ressaltou que metade das obras da construção civil hoje são bancadas pelo programa Minha Casa, Minha Vida. “Não tem nenhuma medida injusta. Estamos corrigindo distorções.”

As propostas foram oficializadas via medida provisória e decreto, após reunião com líderes partidários. Haddad disse confiar que haverá apoio popular e do Congresso ao plano, se houver clareza nas explicações.