Um movimento popular convocado pelas redes sociais, chamado "Vamos bloquear tudo", paralisou várias cidades da França nesta quarta-feira (10), com estradas e ruas fechadas, confrontos com a polícia e incêndios em ônibus, lixeiras e estabelecimentos em Paris e Toulouse.
O governo francês mobilizou cerca de 80 mil policiais para conter os protestos, estimando 175 mil participantes. Já a Confederação Geral do Trabalho, um dos maiores sindicatos do país, calcula cerca de 250 mil manifestantes.
A paralisação acontece no mesmo dia em que o novo primeiro-ministro, Lecornu, toma posse oficialmente. Ele foi nomeado após a renúncia de seu antecessor, que não conseguiu aprovação do Parlamento. Lecornu terá o desafio de aprovar até outubro o Orçamento de governo previamente rejeitado.
O movimento ganhou força em meio à insatisfação com a nomeação de Lecornu por Emmanuel Macron, especialmente entre partidos de centro-esquerda e esquerda, que venceram as últimas eleições sem conseguir maioria no Parlamento.
Manifestantes bloquearam tráfego em frente a escolas, hospitais e ruas centrais, pintaram muros com slogans e entraram em confronto com as forças de segurança, que usaram gás lacrimogêneo em algumas áreas de Paris. A paralisação destaca o clima de tensão política e social no país.