Foto: Matheus Meirelles/GloboNews
Monday, 08 de September de 2025 - 07:53:40
Movimentos de esquerda organizam protestos em várias capitais do país
ATO CONTRA ANISTIA

Atos em diferentes cidades brasileiras reuniram partidos, sindicatos e movimentos sociais em defesa da democracia e contra uma possível anistia a aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em São Paulo, a mobilização ocorreu na Praça da República e atingiu o pico de 8,8 mil participantes, de acordo com estimativa do Monitor do Debate Político do Cebrap e da USP, em parceria com a organização More in Common.

A manifestação na capital paulista contou com a presença dos ministros Alexandre Padilha (Saúde) e Luiz Marinho (Trabalho), além do presidente nacional do PT, Edinho Silva, e dos deputados federais Guilherme Boulos e Érika Hilton, ambos do PSOL.

No Recife, os protestos uniram bandeiras pela soberania nacional, defesa do meio ambiente e pela democracia. Os organizadores também pautaram o Plebiscito Popular 2025, que propõe a redução da jornada de trabalho sem cortes salariais, o fim da escala 6x1 e justiça tributária, com isenção de imposto de renda para quem recebe até R$ 5 mil e aumento da alíquota para os mais ricos.

Em Fortaleza, a passeata saiu da Praça da Paz Dom Hélder Câmara até a comunidade Raízes da Praia. Já em Goiânia, os cartazes traziam mensagens como “quem manda no Brasil é o povo brasileiro” e reivindicações por mudanças trabalhistas e tributárias. Em Maceió, o Grito dos Excluídos reuniu CUT, MST, sindicatos e outros movimentos sociais na Praça da Faculdade, no bairro Prado.

As manifestações ocorrem em meio ao julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), iniciado na última terça-feira (2), que analisa a tentativa de golpe de Estado após a eleição de 2022. Bolsonaro e mais sete réus podem ser condenados; o ex-presidente, atualmente em prisão domiciliar, corre risco de pegar até 43 anos de pena. Ele já está inelegível após decisão do TSE por abuso de poder político.

Paralelamente, a discussão sobre a anistia avança na Câmara dos Deputados. O presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), enfrenta pressão de aliados de Bolsonaro, embora ainda não tenha colocado nenhum projeto em votação. O PL lidera a articulação, com apoio do Centrão, enquanto União Brasil e PP romperam com o governo Lula para fortalecer a campanha. O governador Tarcísio de Freitas esteve em Brasília para tentar convencer Motta a pautar o tema.

No Congresso, ainda não há definição sobre o texto final. Aliados mais próximos do ex-presidente defendem uma anistia ampla, enquanto no Senado se discute uma proposta que exclui Bolsonaro e apenas reduz as penas já aplicadas aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro.


Texto/Fonte: G1