O Ministério Público de São Paulo descobriu que Silvio Luis Ferreira, conhecido como "Cebola" e foragido há mais de uma década, vinha frequentando um apartamento de luxo avaliado em R$ 3,7 milhões no bairro do Tatuapé, zona leste da capital paulista.
As investigações indicam que o imóvel está registrado em nome da AHS Empreendimentos e Participações, empresa ligada ao advogado Ahmed Hassan Saleh, o "Mude", alvo das operações Fim da Linha e Tacitus — que apuram a atuação do Primeiro Comando da Capital (PCC) em esquemas de transporte coletivo e homicídios encomendados.
Imagens registradas no dia 5 de abril de 2024 mostram Cebola entrando no imóvel acompanhado de Ahmed e da esposa dele, aparentemente para acompanhar a finalização do espaço. Já em 8 de abril, véspera da deflagração da operação Fim da Linha, câmeras flagraram mulheres descarregando utensílios domésticos novos e um homem limpando os vidros do apartamento, segundo o MP.
Os promotores afirmam que ainda não é possível determinar se o imóvel seria destinado ao casal Ahmed ou ao próprio foragido. No entanto, o envolvimento direto com o local levanta suspeitas sobre a relação entre eles.
Cebola é considerado um dos principais operadores financeiros do PCC. Condenado a 14 anos de prisão, também responde a um processo por lavagem de dinheiro e associação criminosa, sendo acusado de movimentar mais de R$ 1 bilhão entre 2018 e 2019. Durante ações anteriores da polícia em sua residência, foram apreendidos fuzis, pistolas, uma submetralhadora e centenas de munições.