Claviana Nunes da Silva, de Patrocínio, no Alto Paranaíba, morreu após consumir a planta tóxica conhecida como “falsa couve” durante um almoço em família na zona rural. A informação foi confirmada pela Secretaria Municipal de Saúde e pela funerária responsável. O velório está marcado para as 7h desta terça-feira (14) na Funerária do Baiano, em Guimarânia, e o sepultamento ocorrerá às 17h no Cemitério Municipal.
O incidente ocorreu na quarta-feira (8), quando Claviana e três homens começaram a passar mal logo após a refeição. Equipes do Corpo de Bombeiros, do Samu e da Polícia Militar prestaram socorro às vítimas, que chegaram a sofrer parada cardiorrespiratória, mas foram reanimadas ainda no local. Todos foram encaminhados para a Santa Casa de Patrocínio e para a UPA em estado grave. Uma criança de 2 anos, que não ingeriu a planta, foi hospitalizada apenas para observação.
Dos três homens que acompanharam Claviana na refeição, um de 60 anos permanece em estado grave, em coma induzido e dependente de aparelhos para respirar, enquanto outro, de 64 anos, já foi extubado e está estável, com possibilidade de alta nos próximos dias.
A “falsa couve”, identificada como Nicotiana glauca, foi colhida no próprio terreno da família e servida refogada. De acordo com a especialista Amanda Danuello, professora de química de produtos naturais da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), a planta pode ser facilmente confundida com a couve, devido à semelhança das folhas, mas contém o alcaloide anabazina, que pode causar paralisia muscular, respiratória e até levar à morte. Parte da planta foi recolhida na arcada dentária da vítima e enviada para análise na Fundação Ezequiel Dias (Funed), em Belo Horizonte.
A professora Danuello alerta que o modo de preparo influencia a toxicidade: “Dependendo de como é consumida, crua ou cozida, a quantidade da substância tóxica ingerida pode variar, aumentando os efeitos graves”. Não existe antídoto caseiro para a intoxicação, e a recomendação é buscar atendimento médico imediato para minimizar riscos de complicações graves.
O caso chama atenção para a presença comum da Nicotiana glauca em áreas rurais e à beira de estradas em todo o Brasil, reforçando a necessidade de cautela na identificação de plantas antes do consumo.