O Museu do Louvre, em Paris, reabriu nesta quarta-feira (22) pela primeira vez desde o roubo das joias da coleção da imperatriz Eugênia, ocorrido no último domingo (19). A retomada das visitas aconteceu sob forte esquema de segurança, com guardas armados e cães farejadores posicionados nos arredores do edifício histórico.
Na segunda-feira (20), o museu amanheceu fechado ao público, e turistas que aguardavam na fila foram surpreendidos com o cancelamento da visita uma hora após o horário previsto para abertura. O Ministério da Cultura e o Ministério do Interior da França realizaram reuniões de emergência e prometeram reembolsar os visitantes afetados.
Segundo as autoridades, ao menos quatro suspeitos participaram da ação. Dois deles usaram um guindaste acoplado a um caminhão para invadir o prédio pela fachada voltada ao Rio Sena, arrombaram uma janela e entraram na Galeria de Apolo, onde estavam as joias. O grupo quebrou vitrines, recolheu as peças e fugiu de moto com os comparsas.
O Ministério Público francês informou que nove peças foram levadas, entre elas:
Uma coroa da imperatriz Eugênia, com quase 2 mil diamantes e safiras;
Um colar com 600 diamantes e oito safiras do Sri Lanka, pertencente à rainha consorte Maria Amélia;
Um conjunto de colar e brincos da imperatriz Maria Luísa, com 32 esmeraldas e 1.138 diamantes;
Um broche de 2.634 diamantes, avaliado em € 6,7 milhões (R$ 42 milhões).
O item mais valioso da coleção, o diamante Regent, de 140 quilates e avaliado em US$ 60 milhões (R$ 377 milhões), não foi levado. Uma das joias roubadas já foi recuperada, encontrada danificada em uma rua próxima ao museu.
A promotora Laure Beccuau afirmou que todas as hipóteses estão sendo investigadas, incluindo a possibilidade de envolvimento do crime organizado ou de um funcionário do museu. Há suspeita de que o roubo possa ter sido encomendado por um colecionador para lavagem de dinheiro.
O presidente Emmanuel Macron classificou o crime como um “ataque ao patrimônio nacional” e garantiu que os responsáveis serão levados à Justiça. Já o ministro do Interior, Laurent Nuñez, disse que os criminosos “parecem muito experientes” e reforçou a vigilância em museus e instituições culturais do país.
Entre os visitantes que estavam no local, relatos de pânico e correria se espalharam nas redes sociais. A brasileira Aline, que filmava o interior da galeria, contou que ouviu batidas na janela e foi orientada a correr por uma funcionária. Outro turista, o brasileiro Danilo, afirmou que o local se transformou em “uma manada de pessoas correndo” em direção à saída.
Com quase nove milhões de visitantes por ano, o Louvre abriga a Mona Lisa, de Leonardo da Vinci, e obras icônicas como a Vênus de Milo e a Vitória de Samotrácia. O museu já foi palco de outro roubo histórico: em 1911, a Mona Lisa foi furtada e só reapareceu dois anos depois, em Florença.
Agora, as autoridades francesas correm contra o tempo para recuperar as joias imperiais e esclarecer um dos maiores roubos de arte da Europa nas últimas décadas.