As delegações da Rússia e da Ucrânia se reuniram em Istambul, Turquia, no primeiro encontro oficial desde o início da guerra entre os países, mas não conseguiram fechar um acordo para cessar-fogo, principal pedido ucraniano. A Rússia declarou estar “satisfeita” com o encontro, afirmando que agora cada lado apresentará sua visão sobre um futuro cessar-fogo, e ambos concordaram em continuar as negociações.
O ponto de consenso foi a maior troca de prisioneiros desde o início do conflito: cada país devolverá cerca de 1.000 detidos da nacionalidade adversária, confirmado pelos governos de Kiev e Moscou.
O encontro, que durou menos de duas horas, foi marcado pela ausência dos presidentes Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky, dificultando a definição de um acordo final. Zelensky afirmou que sua delegação tinha poderes para decisões e que foi ao encontro buscando cessar-fogo imediato, mas criticou o baixo nível da comitiva russa, que não teria autoridade para negociar de fato.
A mediação ficou a cargo do ministro turco das Relações Exteriores, Hakan Fidan, com a participação do secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, e outros representantes americanos. Rubio admitiu não ter “grandes expectativas” para o encontro, destacando a pouca influência da delegação russa, liderada por Vladimir Medinski, conselheiro de Putin.
Apesar das tensões, as partes planejam continuar as negociações e possivelmente realizar novos encontros, com a Ucrânia insistindo na condição de cessar-fogo incondicional como pré-requisito para diálogos mais profundos.
Enquanto isso, a guerra prossegue no terreno: Moscou afirmou ter avançado em regiões do leste da Ucrânia, controlando agora cerca de 20% do território ucraniano, enquanto o governo de Kiev continua a buscar apoio internacional para reverter as perdas.