O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que a nova ofensiva na Faixa de Gaza será “intensa” e envolverá ataques contínuos, sem recuo das tropas, ao contrário do que ele chamou de estratégias anteriores. A declaração foi feita em uma postagem nas redes sociais, em que disse estar se comunicando “sem os filtros da mídia”.
Segundo fontes do gabinete israelense ouvidas pela Associated Press, o plano aprovado prevê a ocupação total e permanente da Faixa de Gaza, com avanço gradual por terra, aumento dos bombardeios e presença militar. Atualmente, cerca de 50% do território está sob controle temporário de Israel, desde o colapso do cessar-fogo em março.
A ofensiva foi justificada como forma de aumentar a pressão sobre o Hamas para que aceite termos mais rígidos em uma possível negociação de trégua, incluindo a devolução dos reféns ainda em poder do grupo. Contudo, o chefe das Forças Armadas de Israel admitiu que o novo plano pode colocar em risco a vida desses reféns. Parentes das vítimas sequestradas criticaram Netanyahu, acusando-o de priorizar a ofensiva militar.
Em resposta à intensificação da guerra, os rebeldes Houthis, do Iêmen, anunciaram um “bloqueio aéreo abrangente” a Israel, prometendo atacar aeroportos, especialmente o Ben Gurion. Um míssil chegou a atingir a área próxima ao aeroporto — o primeiro a escapar dos sistemas de defesa israelenses desde março.
A crise humanitária em Gaza segue crítica. Com a retomada dos ataques, a entrada de ajuda humanitária foi interrompida, agravando a fome e levando a saques em meio à escassez de alimentos e medicamentos para os 2,3 milhões de habitantes do enclave.