Foto: Anders Wiklund/TT News Agency/via Reuters
Monday, 13 de October de 2025 - 14:39:42
Nobel de Economia de 2025 premia pesquisadores por estudos sobre o papel da destruição criativa no crescimento global
RECONHECIMENTO À INOVAÇÃO

O Prêmio Nobel de Economia de 2025 foi concedido a Joel Mokyr, Philippe Aghion e Peter Howitt, em reconhecimento às suas contribuições para compreender como a inovação e a destruição criativa impulsionam o crescimento econômico sustentável. A honraria, concedida pela Real Academia Sueca de Ciências, será dividida igualmente entre os três pesquisadores, somando 11 milhões de coroas suecas (cerca de R$ 6,4 milhões).

Joel Mokyr, historiador econômico holandês e professor na Northwestern University, nos Estados Unidos, foi reconhecido por demonstrar como a integração entre conhecimento científico e técnico é essencial para o avanço econômico contínuo. Já os economistas Philippe Aghion, da London School of Economics, e Peter Howitt, da Brown University, receberam o prêmio por desenvolverem o modelo teórico da “destruição criativa”, processo em que novas inovações substituem as antigas, renovando setores e estimulando o progresso.

Segundo o comitê do Nobel, as pesquisas mostram que o crescimento econômico depende da preservação dos mecanismos de inovação. “O trabalho dos laureados mostra que o crescimento não pode ser dado como certo. Precisamos proteger os processos que sustentam a destruição criativa, para que não voltemos à estagnação”, afirmou John Hassler, presidente do comitê do prêmio.

Mokyr, em seus estudos sobre os séculos 18 e 19, demonstrou que o progresso sustentado só se tornou possível quando o conhecimento prático foi complementado pela compreensão científica. Ele identificou que sociedades abertas a novas ideias e com profissionais qualificados — como a Grã-Bretanha industrial — foram as primeiras a alcançar avanços duradouros.

Aghion e Howitt, por sua vez, formularam em 1992 o modelo matemático da destruição criativa, mostrando como empresas inovadoras substituem tecnologias antigas, ao mesmo tempo em que o processo cria vencedores e perdedores no mercado. Para eles, a inovação exige políticas públicas que mantenham a concorrência equilibrada e amparem trabalhadores afetados pelas mudanças tecnológicas.

Entre os conceitos destacados pelos pesquisadores está o de “flexicurity”, combinação de flexibilidade e segurança, que permite a adaptação das empresas às transformações econômicas sem abandonar a proteção social e a capacitação dos trabalhadores.

Os três laureados também ressaltam que a inovação precisa caminhar lado a lado com a sustentabilidade. Para eles, o avanço tecnológico deve ser acompanhado de políticas que reduzam desigualdades e impactos ambientais, evitando que os efeitos negativos do progresso comprometam o bem-estar coletivo.

Criado em 1968 pelo Banco da Suécia, o Prêmio Nobel de Economia é o mais recente entre os prêmios associados ao legado de Alfred Nobel. Embora não faça parte do grupo original, é hoje a mais alta distinção mundial no campo das ciências econômicas, e encerra a temporada dos prêmios Nobel de 2025.

Texto/Fonte: G1