Foto: Lt. j.g. Matthew Daniels/U.S. Navy via AP
Friday, 17 de October de 2025 - 18:48:50
O que são os mísseis Tomahawk, que a Ucrânia quer usar contra a Rússia
???? ARMAMENTO ESTRATÉGICO

Os mísseis de cruzeiro Tomahawk, desenvolvidos pelos Estados Unidos na década de 1980, estão entre as armas mais versáteis e precisas do arsenal americano. Apesar de não serem supersônicos, sua capacidade de voar a apenas 30 metros do solo torna-os difíceis de detectar por radares inimigos.

Com alcance de até 1.600 quilômetros e sistemas de orientação de alta precisão, os Tomahawks são projetados para atingir alvos estratégicos a grandes distâncias. É por isso que o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky acredita que o armamento permitiria golpear pontos cruciais dentro do território russo, ampliando o alcance das forças de Kiev na guerra.

Segundo fontes do Pentágono ouvidas pela Associated Press, há, porém, entraves técnicos que dificultam o uso do míssil pela Ucrânia. Atualmente, os EUA lançam Tomahawks quase exclusivamente de navios ou submarinos, e os ucranianos não dispõem de embarcações com essa capacidade. Embora o Exército americano trabalhe em uma versão terrestre, a plataforma ainda não está operacional, nem mesmo para suas próprias tropas.

O Tomahawk mede cerca de 6 metros, pesa 1,5 tonelada e custa, em média, US$ 1,3 milhão (R$ 7 milhões) por unidade. De acordo com a Heritage Foundation, a Marinha dos EUA possuía aproximadamente 4 mil mísseis em 2023 — antes do uso de 135 deles em ataques contra rebeldes Houthis no Iêmen, em março deste ano. Desde então, o número de novas encomendas foi reduzido, e nem a Marinha nem os Fuzileiros Navais pediram mais unidades no orçamento mais recente.

Especialistas acreditam que, se enviados à Ucrânia, os Tomahawks teriam impacto imediato no campo de batalha. O diretor de ciências militares do Royal United Services Institute afirmou à Reuters que “os russos certamente teriam algo com que se preocupar”, dada a precisão e o alcance da arma.

Ainda assim, ele ponderou que os mísseis não mudariam radicalmente o curso da guerra, já que dificilmente seriam fornecidos em quantidade suficiente para alterar o equilíbrio militar. Mesmo assim, sua presença forçaria as defesas aéreas russas a se adaptarem para lidar com uma nova ameaça de longo alcance.

Os Tomahawks já foram utilizados em diversos conflitos, como no ataque dos EUA à Síria em 2017, quando dezenas de unidades foram disparadas contra alvos militares do governo de Bashar al-Assad, demonstrando o poder e a precisão do armamento.

Texto/Fonte: G1