O Parque Tecnológico de Mato Grosso, localizado no bairro Chapéu do Sol, em Várzea Grande, caminha para se consolidar como um dos maiores centros de inovação do país. Com 90% da obra concluída e inauguração prevista até o final de 2025, o espaço de 80 hectares (sendo 16 públicos) pretende colocar o estado no mapa mundial da tecnologia e pesquisa, segundo o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação, Allan Kardec.
O Parque será estruturado em três módulos: Parque Tecnológico, voltado ao desenvolvimento de empresas; Parque de Serviços, oferecendo apoio à indústria e comunidade; e Parque Científico, destinado à formação, laboratórios e pesquisa e desenvolvimento. Entre as áreas prioritárias estão agronegócio, biotecnologia, geociências, química verde, novos materiais e tecnologias da informação e comunicação. O Centro de Inovação contará com mais de 2,5 mil m², incluindo coworkings, startups, incubadoras, aceleradoras e cinco laboratórios de acesso aberto.
Segundo Allan Kardec, o projeto, retomado após quase dez anos de paralisação, terá mobília e equipamentos prontos para receber empresas e centros de pesquisa. O investimento já soma R$ 18,2 milhões em infraestrutura, com previsão de mais R$ 16 milhões em laboratórios entre 2024 e 2027. Além disso, há expectativa de captar aproximadamente R$ 15 milhões junto à Finep para aquisição de equipamentos de alta performance, incluindo um supercomputador que funcionará como Data Center do Parque. A estrutura contará ainda com usina própria de geração de energia, tornando o prédio sustentável econômica e ambientalmente.
O Parque atuará atraindo gigantes globais da tecnologia, como big techs de inteligência artificial, drones e robótica, e fortalecendo empresas mato-grossenses que desenvolvem soluções em automação agrícola, logística, fármacos e produção de conteúdo em inteligência artificial. Até o momento, oito empresas já firmaram memorandos de entendimento, prevendo R$ 500 milhões em investimentos privados e geração de mil empregos diretos em áreas de engenharia, ciência de dados, pesquisa e desenvolvimento. Empresas como Lenovo, Hospital Albert Einstein, Schneider Electric e CEPETRO/Unicamp estão em negociação para instalar centros de inovação.
O modelo de funcionamento seguirá a tríplice hélice, integrando governo, academia e empresas. Conforme o secretário, o Parque atenderá demandas específicas do mercado, formando profissionais especializados conforme a necessidade das empresas. Incentivos fiscais da Prefeitura de Várzea Grande e linhas de financiamento do MT Desenvolve, Fapemat, Finep e bancos públicos garantirão condições competitivas para atrair investimentos. Municípios como Lucas do Rio Verde, Sinop, Tangará da Serra, Rondonópolis e Primavera do Leste já articulam a criação de centros tecnológicos conectados ao Parque.
Durante a entrevista, Allan Kardec destacou também a realização da 17ª Mostra Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, de 22 a 24 de outubro de 2025, no Centro de Eventos do Pantanal. O evento reunirá 90 projetos de alunos do ensino fundamental, médio, graduação e pós-graduação, além de pesquisadores independentes, incentivando a pesquisa escolar e o desenvolvimento científico desde cedo.
Para empresas interessadas, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec/MT) fará a análise de viabilidade em conjunto com o Conselho Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (CECTI), atraindo indústrias ligadas ao etanol, agronegócio, setor têxtil e logística. Segundo o secretário, “Mato Grosso já é potência agrícola, agora queremos ser também potência em ciência, tecnologia e inovação. Esse é o presente e o futuro que estamos construindo”.