Foto: Ong Cirinho Sorrindo
Thursday, 22 de August de 2024 - 14:07:11
ONG CIRINHO SORRINDO promove capacitação sobre triagem oncológica a médicos e enfermeiros da rede pública municipal
CAPACTIAÇÃO EM SAÚDE
Com a parceria firmada com a Secretaria Municipal de Saúde a equipe multidisciplinar da ONG promoveu a capacitação

Nos dias 20 e 21 de agosto, a equipe multidisciplinar da Ong Cirinho Sorrindo, sob o comando do médico especialista oncologista clinico Dr. Leandro A. Assunção, e as profissionais, Cleonice de Souza Lima, assistente social e a enfermeira Iane Silva Silveira, promoveram uma capacitação aos profissionais da área da saúde pública, médicos e enfermeiros com a pauta triagem oncológica.

Dr. Leandro fez uma abordagem explicativa do quantitativo de casos de câncer a nível mundial e  no município, explicou sobre os avanços obtidos com os atendimentos feitos pela ONG e os desafios a serem vencidos.

O objetivo é atingir o maior número possível de pessoas em triagem oncológica do câncer de mama, colón de útero, próstata e pele, na busca do diagnóstico precoce.

A oncologia é um campo complexo e multifacetado da medicina que requer uma abordagem interdisciplinar desde o diagnóstico até o tratamento e acompanhamento dos pacientes. As unidades básicas de saúde (UBS) são os primeiros pontos de contato para muitas pessoas no sistema de saúde, e médicos e enfermeiros que atuam nessas unidades têm um papel crucial na triagem oncológica. A capacitação desses profissionais é fundamental para assegurar diagnósticos precoces e gerenciamento eficiente de casos suspeitos de câncer, podendo melhorar significativamente os desfechos de saúde.

1. *Detecção de Sintomas Precoce*:

   - Profissionais capacitados são mais bem equipados para reconhecer sinais e sintomas iniciais de diferentes tipos de câncer.

   - Sintomas inespecíficos, como perda de peso inexplicada, fadiga prolongada e dor persistente, podem ser identificados e investigados de maneira mais eficiente.

2. *Avaliação de Fatores de Risco*:

   - Histórico familiar, comportamentos de risco (como tabagismo e consumo de álcool) e exposições ambientais podem ser melhor avaliados e monitorados.

   - Identificação precoce de pessoas em grupos de risco pode levar à implementação de estratégias de prevenção e controle mais eficazes.

 

 Tratamento e Encaminhamento

1. *Encaminhamento Adequado e Ágil*:

   - Profissionais bem treinados são mais capazes de determinar quando um paciente deve ser encaminhado para um especialista.

   - Reduz o tempo de espera para consulta com oncologistas, permitindo início rápido do tratamento.

2. *Gestão de Sintomas e Complicações*:

   - A capacitação permite que os profissionais das UBS ofereçam suporte eficaz aos pacientes durante a espera por diagnóstico e tratamento especializado.

   - Acompanhamento e monitoramento contínuos podem ser realizados para gerenciar sintomas e complicações.

Educação e Prevenção

1. *Aconselhamento e Educação ao Paciente*:

   - Profissionais capacitados podem educar os pacientes sobre sinais de alerta, importância da triagem regular e práticas de vida saudável para reduzir o risco de câncer.

   - Promoção de programas de rastreamento como mamografia, Papanicolau e exames de próstata.

2. *Campanhas de Conscientização Comunitária*:

   - Implementação de campanhas de educação em saúde pública voltadas para a comunidade, aumentando o conhecimento sobre prevenção e detecção precoce.

   - Envolvimento ativo com a comunidade pode aumentar a adesão aos programas de rastreamento e prevenção.

Redução de Disparidades em Saúde

1. *Acesso Igualitário ao Diagnóstico e Tratamento*:

   - Com capacitação adequada, profissionais de UBS de áreas rurais ou desfavorecidas podem fornecer cuidados de alta qualidade comparáveis aos centros urbanos.

   - Reduz disparidades de saúde associadas a fatores socioeconômicos e geográficos.

2. *Aprimoramento de Protocolos e Práticas Clínicas*:

   - Implementação de protocolos de triagem baseados em evidências que podem padronizar e melhorar a qualidade do atendimento em diferentes UBS.

   - Melhoria contínua dos conhecimentos e práticas através de educação médica continuada.

A capacitação em triagem oncológica para médicos e enfermeiros nas unidades básicas de saúde é essencial para melhorar a detecção precoce, encaminhamento e tratamento de câncer. Além de beneficiar diretamente os pacientes ao potencialmente melhorar os desfechos de saúde, essa capacitação contribui para um sistema de saúde mais eficiente e equitativo. Investir em treinamentos e programas de educação continuada para esses profissionais deve ser considerado uma prioridade pela saúde pública, com uma estratégia orientada para a melhoria contínua do atendimento primário em oncologia.

O câncer é o principal problema de saúde pública no mundo, figurando como uma das principais causas de morte e, como consequência, uma das principais barreiras para o aumento da expectativa de vida em todo o mundo. Na maioria dos países, corresponde à primeira ou à segunda causa de morte prematura, antes dos 70 anos. O impacto da incidência e da mortalidade por câncer está aumentando rapidamente no cenário mundial (SUNG et al., 2021). Tal aumento resulta principalmente das transições demográfica e epidemiológica pelas quais o mundo está passando. Enquanto, do ponto de vista demográfico, observam-se uma redução nas taxas de fertilidade e de mortalidade infantil e um consequente aumento na proporção de idosos na população, do ponto de vista da transição epidemiológica, dá-se a substituição gradual da mortalidade por doenças infecciosas pelas mortes relacionadas às doenças crônicas. O envelhecimento e a mudança de comportamento e do ambiente, incluindo mudanças estruturais, que têm impacto na mobilidade, na recreação, na dieta e na exposição a poluentes ambientais, favorecem o aumento da incidência e da mortalidade por câncer.

O controle do câncer hoje é entendido como um continuum de ações que têm início no controle das exposições aos fatores de risco, na detecção precoce da doença e nos cuidados paliativos, esses últimos compostos por diagnóstico, tratamento, seguimento durante o período de sobrevivência e cuidados de fim de vida para aqueles que não alcançam a cura ou o controle da doença. Para que o cuidado integral aconteça em todas essas etapas, são necessários um planejamento cuidadoso, a organização dos serviços de saúde e o monitoramento permanente das ações de controle.

Além de sua importância para o planejamento das ações de controle, a dinâmica dos tipos de câncer possibilita a reflexão sobre a situação dos cenários nacional e estadual relativos aos fatores de risco que, ao longo do tempo, geraram os casos atuais, bem como sobre as desigualdades que representam a diversidade de cenários nas Regiões geográficas do país. De caráter atualmente trienal, as estimativas aqui apresentadas serão válidas para os anos de 2023, 2024 e 2025. Trazem, como novidade, mais duas localizações, além das 19 listadas na sua última edição: pâncreas e fígado.

Para o Brasil, a estimativa para o triênio de 2023 a 2025 aponta que ocorrerão 704 mil casos novos de câncer, 483 mil se excluídos os casos de câncer de pele não melanoma. Este é estimado como o mais incidente, com 220 mil casos novos (31,3%), seguido pelos cânceres de mama, com 74 mil (10,5%); próstata, com 72 mil (10,2%); cólon e reto, com 46 mil (6,5%); pulmão, com 32 mil (4,6%); e estômago, com 21 mil (3,1%) casos novos. Estima-se que os tipos de câncer mais frequentes em homens serão pele não melanoma, com 102 mil (29,9%) casos novos; próstata, com 72 mil (21,0%); cólon e reto, com 22 mil (6,4%); pulmão, com 18 mil (5,3%); estômago, com 13 mil (3,9%); e cavidade oral, com 11 mil (3,2%). Nas mulheres, os cânceres de pele não melanoma, com 118 mil (32,7%); mama, com 74 mil (20,3%); cólon e reto, com 24 mil (6,5%); colo do útero, com 17 mil (4,7%); pulmão, com 15 mil (4,0%); e tireoide, com 14 mil (3,9%) casos novos figurarão entre os principais. A taxa ajustada de incidência, excluído o câncer de pele não melanoma, foi 17% maior em homens (185,61) do que em mulheres (154,08) e é considerada intermediária e compatível com as taxas apresentadas para países em desenvolvimento. A distribuição da incidência por Região geográfica mostra que as Regiões Sul e Sudeste concentram cerca de 70% da incidência, sendo que, na Região Sudeste, encontra-se a metade dos casos. Existe, entretanto, grande variação na magnitude e nos tipos de câncer entre as diferentes Regiões do Brasil.

 

 

Texto/Fonte: Assessoria